O BTG Pactual realizou três alterações na Carteira Recomendada 10SIM (10 melhores ações) para setembro nesta segunda-feira (1). Foram incluídas Energisa, Embraer e Cyrela, substituindo Sabesp, PRIO e Multiplan.
Diante do cenário de flexibilização de política monetária, o banco projeta que os cortes de juros no Brasil podem começar já em dezembro de 2025, antes do esperado, enquanto o Federal Reserve (Fed) deve iniciar as reduções em setembro, com três cortes de 0,25 ponto percentual ainda neste ano.
Esse movimento ocorre em meio à desaceleração da atividade econômica e à inflação em trajetória de queda. Se confirmado, pode reduzir a chamada taxa terminal — nível final esperado da Selic — e aumentar a atratividade da Bolsa brasileira, especialmente para investidores estrangeiros.
A seleção para este mês contém as seguintes empresas:
- Equatorial (EQTL3) com 10%;
- Itaú Unibanco (ITUB4) com 10%;
- Motiva (MOTV3) com 10%;
- Rede D’Or (RDOR3) com 10%;
- Nubank (ROXO34) com 10%;
- Smart Fit (SMFT3) com 10%;
- Vibra Energia (VBBR3) com 10%;
- Energisa (ENGI11) com 10%;
- Embraer (EMBR3) com 10%;
- Cyrela (CYRE3) com 10%.

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Mudanças na Carteira Recomendada
O BTG manteve sua exposição de 20% em serviços básicos, mas trocou a Sabesp pela Energisa, que apresenta taxa interna de retorno (TIR) real de 11,3%. A Equatorial segue na carteira, com TIR real de 10%.
No setor de infraestrutura e imobiliário, a Multiplan foi substituída pela construtora Cyrela, negociada a cinco vezes o preço sobre lucro (P/L) estimado para 2026. Segundo o BTG, a companhia deve entregar resultados sólidos no segundo semestre de 2025. A Motiva continua no portfólio, com TIR real de 11%.
A petroleira PRIO deixou a carteira, apesar das boas perspectivas de longo prazo. O banco apontou ausência de catalisadores de curto prazo e preços de petróleo pressionados como razões para a saída. No lugar, entrou a Embraer, que, de acordo com a análise, apresenta forte momento de resultados e negocia com desconto superior a 10% frente a concorrentes globais do setor de aviação.
O BTG manteve 20% da exposição no setor financeiro, dividida entre Itaú, visto como mais defensivo, e Nubank, com maior potencial de crescimento. Também permanecem na carteira Rede D’Or, Smartfit e Vibra Energia.
Desempenho da Carteira Recomendada do BTG Pactual
Em agosto, a Carteira Recomendada 10SIM teve alta de 11,7%, ficando abaixo do Ibovespa (6,3%), principal índice da Bolsa brasileira, e do índice IBrX-50 (6,1%).
Em 2025, o portfólio acumula alta de 25,4%, se mantendo acima do Ibovespa (17,6%) e do IBX-50 (16%). A taxa do CDI subiu 9,1% no período.
Desde a gestão iniciada por Carlos E. Sequeira em 2009, a carteira registra um ganho acumulado de 493,1%, superando a valorização do Ibovespa (129,9%) e do IBrX-50 (173,1%). Veja abaixo:

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Bolsa brasileira se recupera em agosto
Após um julho marcado por perdas, pressionado pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, se recuperou em agosto. O índice subiu 6% em reais e 9% em dólares, superando o desempenho do S&P500, que avançou 2% no período.
No acumulado do ano, a alta do Ibovespa em dólares chega a 34%. O resultado ainda fica abaixo do desempenho de outros mercados da América Latina, mas supera de forma consistente o índice americano.
Cortes de juros podem começar antes no Brasil
Segundo relatório do BTG Pactual, a desaceleração da atividade econômica e os sinais de queda da inflação reforçam as chances de o Banco Central iniciar o ciclo de cortes de juros ainda em 2025.
A expectativa inicial era de que a flexibilização monetária começasse em 2026, mas agora a previsão do mercado aponta para dezembro deste ano. Caso confirmada, a taxa de juros terminal — o patamar final após os cortes — pode ficar em um dígito em 2027, abaixo do que hoje está precificado.
Historicamente, períodos de flexibilização monetária são acompanhados por valorização das ações, o que pode atrair maior fluxo de investidores estrangeiros.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) também deu sinais de mudança. O presidente da instituição, Jerome Powell, indicou uma postura mais dovish — ou seja, inclinada a cortes de juros.
Powell destacou que o crescimento do PIB americano desacelerou para 1,2% no primeiro semestre de 2025, metade do ritmo observado em 2024. Além disso, a criação de empregos perdeu força e fatores como tarifas, imigração e regulamentações têm pesado sobre a economia.
Com isso, o BTG projeta que o Fed inicie o ciclo de cortes já em setembro, com redução total de 0,75 ponto percentual em 2025, levando a taxa básica para 3,6%.
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Cenário político e eleições de 2026
Pesquisas recentes indicam melhora na aprovação do presidente Lula, de 39% para 44%, movimento que reduziu a diferença entre aprovação e desaprovação. A queda da inflação de alimentos é apontada como um dos fatores de apoio à popularidade.
Ainda não está definido qual candidato enfrentará Lula. Analistas avaliam que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se for apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pode ser bem recebido pelo mercado, dada sua boa relação com o empresariado. Já um apoio a membros da família Bolsonaro é visto como menos favorável pelos investidores, devido aos altos índices de rejeição.
Fluxo estrangeiro estável
Após saídas relevantes em julho, motivadas por anúncios de tarifas pelo presidente Donald Trump, o fluxo estrangeiro se estabilizou em agosto. Em 2025, o saldo permanece positivo em R$ 20,1 bilhões.
O arrefecimento da atividade econômica no Brasil tem levado a revisões para baixo da inflação, aumentando a chance de início de corte de juros ainda em dezembro. Isso pode voltar a atrair capital externo para a bolsa.