O varejo alimentar apresentou crescimento de 4% em julho de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Frente a junho, a expansão foi de 2,41%. Em 2025, o indicador soma alta de 2,66%.
Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, explica que a alta foi impulsionada principalmente pelas cestas de produtos perecíveis, mercearia e mercearia básica. Segundo ele, os consumidores têm feito escolhas de compra mais consistentes, favorecidas pelo aumento da renda das famílias e pelos ajustes do setor diante de desafios recentes.
O Abrasmercado, índice que mede a variação de preços de 35 itens de grande consumo, recuou 0,78% em julho, após já ter caído 0,43% em junho. Com isso, o valor médio da cesta passou de R$ 819,81 para R$ 813,44.
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Renda em recuperação
Outro fator que sustenta o avanço do setor é a melhora nos indicadores do mercado de trabalho. No trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego recuou para 5,8%, o menor nível desde 2012. Já o rendimento real médio do trabalhador subiu 3,3% em relação ao mesmo período de 2024, chegando a R$ 3.477.
Além disso, a restituição do Imposto de Renda liberou mais de R$ 10 bilhões neste ano, recurso que pode ter contribuído para aumentar o consumo entre junho e julho.
Perspectivas para o varejo alimentar
Para Rosadas, o segundo semestre pode ser mais positivo para o varejo alimentar. Ele avalia que a queda recente no consumo pode ter ficado para trás, em um cenário de maior confiança por parte dos consumidores.
O especialista também lembrou a instabilidade causada pela decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como carne, frutas e café. O movimento gerou preocupações sobre impactos no comércio e nos preços internos.
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