Após três sessões consecutivas de alta, o dólar recuou nesta quarta-feira (3), acompanhando a desvalorização global da moeda americana. No fechamento, a cotação ficou em R$ 5,45, queda de 0,40%.
A queda foi impulsionada por números mais fracos do mercado de trabalho americano. O relatório Jolts, que mede a abertura de vagas de emprego nos Estados Unidos, mostrou 7,181 milhões de postos em julho, abaixo das 7,357 milhões projetadas pelos analistas.
Esse dado reforçou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa reduzir os juros ainda em setembro. Juros mais baixos nos EUA tendem a reduzir a atratividade do dólar e abrir espaço para valorização de moedas emergentes, como o real.
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Treasuries e dólar global
As taxas dos Treasuries — títulos públicos americanos que servem de referência para o mercado global — também caíram mais de 1% nos papéis de 10 e 30 anos.
Isso ajudou a pressionar o Dollar Index, indicador que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, que recuou 0,20% no fim da tarde, para 98,200 pontos. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
Expectativas sobre o Fed
Pela manhã, o diretor do Fed Christopher Waller defendeu um corte de juros já neste mês, indicando espaço para reduções adicionais nos próximos meses. Já dirigentes regionais do banco, como Raphael Bostic (Atlanta) e Neel Kashkari (Minneapolis), adotaram tom mais cauteloso, alertando para riscos inflacionários.
O Livro Bege, relatório publicado pelo Fed sobre as condições econômicas dos distritos, reforçou esse cuidado ao apontar que a economia segue resiliente, mas com sinais de desaceleração.
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Efeito no real
Mesmo com o ambiente externo favorável, o real não avançou além dos R$ 5,43 na mínima do dia. Segundo analistas, fatores domésticos limitaram a valorização da moeda brasileira, como o risco político relacionado ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Fluxo cambial negativo
O Banco Central informou que o fluxo cambial ficou negativo em US$ 230 milhões na semana passada, acumulando saldo negativo de US$ 2,063 bilhões em agosto. No ano, a saída líquida já soma US$ 16,904 bilhões, contribuindo para a pressão sobre o câmbio.