Os investimentos da China no Brasil mais do que dobraram em 2024, alcançando US$ 4,18 bilhões, segundo relatório do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). O salto foi de 113% em relação ao ano anterior e colocou o Brasil como a economia emergente que mais recebeu aportes chineses no período.
O estudo mostra ainda que o País foi o terceiro destino global de capital produtivo chinês — o principal fora da Europa. O avanço ocorreu mesmo em meio à desvalorização do real, que terminou o ano com cotação média de R$ 5,39 por dólar, a mais alta desde o início do monitoramento em 2007.
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Recorde em número de projetos
Em 2024, foram confirmados 39 empreendimentos de origem chinesa no Brasil, um aumento de 34% em relação a 2023 e o maior número já registrado na série histórica.
O crescimento superou o avanço dos investimentos estrangeiros diretos como um todo no Brasil, que subiram 13,8% no ano, para US$ 71 bilhões, segundo o Banco Central.
Setores mais procurados pela China
O setor de eletricidade liderou em volume investido, com US$ 1,43 bilhão (34% do total), alta de 115% em relação a 2023. O petróleo ficou em segundo lugar, com cerca de US$ 1 bilhão (25% do total).
Em seguida vieram os setores de automotores (14%), mineração (13%), transporte terrestre (12%) e fabricação de aparelhos elétricos (2%).
Pelo número de projetos, a liderança também foi da eletricidade, com 22 empreendimentos (56% do total), seguida por petróleo (13%) e indústria de automotores (10%).
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China de olho em manufatura e energia verde
A indústria manufatureira registrou recorde de oito projetos chineses em 2024, com US$ 637 milhões investidos, após o pico de US$ 907 milhões em 2023.
Segundo o CEBC, esse movimento está alinhado ao programa Nova Indústria Brasil (NIB), que busca atrair investimentos em mobilidade sustentável, transformação digital e descarbonização.
Projetos voltados à sustentabilidade também cresceram. Foram 27 iniciativas ligadas a energia verde e preservação ambiental, 29% acima do ano anterior e representando 69% de todos os investimentos chineses no Brasil.
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Tendência global
De acordo com Tulio Cariello, diretor de Conteúdo e Pesquisa do CEBC, o padrão observado é de mais investimentos chineses no Brasil, mas menos intensivos em capital.
“São aportes voltados para indústria, energias sustentáveis e tecnologia da informação. Os megaprojetos continuam existindo, mas hoje são exceção, principalmente concentrados no setor de petróleo”, afirmou.