O setor de supermercados, responsável por 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e mais de 3 milhões de empregos diretos, encerrou 2024 com uma perda média de R$ 9,5 bilhões em desperdícios (1,6% do faturamento), segundo levantamento da NielsenIQ.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que anualmente cerca de 46 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas — o equivalente a 30% da produção nacional —, o que naturalmente gera pressões sobre os custos e margens.
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Esse volume de perdas representa entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões por ano, de acordo com estimativas de Claudio Felisoni, professor da FIA Business School, e pode atingir até 1,5% do PIB brasileiro.
Nesse cenário, a contabilidade deixou de ser apenas um registro burocrático e passou a ser ferramenta estratégica de liderança e tomada de decisão, avalia a empresária Neuzete Domingos, fundadora e CEO da Análise Group, criadora do método Maturidade de Gestão Contábil Inteligente (MGCI).
Margens apertadas e necessidade de indicadores
De acordo com Neuzete, supermercados trabalham com margens naturalmente estreitas, o que torna essencial o monitoramento de indicadores de rentabilidade, fluxo de caixa e perdas.
“Com margens naturalmente apertadas, qualquer variação de custo ou erro de preço pode afetar os resultados. É preciso monitorar perdas com indicadores claros e adotar estratégias tributárias consistentes para reduzir riscos e liberar recursos para reinvestimento”, explica.
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Ela aponta três prioridades para o varejo alimentar: controle da margem bruta, gestão de perdas e planejamento tributário. Segundo a especialista, estratégias consistentes nessas áreas liberam recursos para reinvestimento e reduzem riscos.
Setor de supermercados em desaceleração
Dados da Abras mostram que as vendas reais dos supermercados cresceram 2,4% no primeiro semestre de 2025, abaixo da alta de 3,2% registrada em 2024. A inflação de alimentos, acumulada em 5,1% em 12 meses até julho, pressiona o consumidor, que busca alternativas mais baratas.
Para Neuzete, isso exige maior eficiência na precificação e no planejamento tributário. “A contabilidade bem aplicada funciona como um mapa que orienta o futuro do negócio. Rever processos e formar equipes autônomas libera o empresário para a visão estratégica, fundamental em um cenário de desaceleração”, afirma.