O Brasil exportou 23,7 milhões de sacas de 60 kg de café no acumulado de janeiro a julho de 2025, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O volume representa uma queda de 16,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando o país registrou recorde de embarques.
Apesar da redução, o desempenho deste ano é o terceiro maior da série histórica para o período. Em 2024, as exportações brasileiras de café totalizaram 50,5 milhões de sacas em todo o ano.
Entre janeiro e julho, o café brasileiro foi exportado para 142 países. Os Estados Unidos lideraram as compras, com 15,9% do total, seguidos por Alemanha (13,2%), Itália (8%), Bélgica (6,7%) e Japão (6,4%).
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O Porto de Santos concentrou 78,5% das exportações, enquanto o Porto do Rio de Janeiro respondeu por 14,6%.
A análise é de Guto Gioielli, fundador e analista do Portal das Commodities. Em vídeo, ele analisa o fechamento das principais commodities agrícolas. Confira:
Café no cenário global
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de café deve alcançar 178,7 milhões de sacas na safra 2025/26, alta de 2,5% em relação ao ciclo anterior e um novo recorde.
A produção de café arábica, variedade de maior qualidade, deve cair 1,7%, somando 97 milhões de sacas. Já o robusta, mais resistente e usado em blends e cápsulas, deve avançar 7,9%, chegando a 81,7 milhões de sacas.
No total, o arábica terá participação de 54,3% da produção global e o robusta, de 45,7%.
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Estoques no menor nível em 25 anos
O USDA projeta estoques iniciais de 21,8 milhões de sacas para a safra 2025/26, o menor nível em 25 anos. A previsão é de que o consumo global alcance 169,4 milhões de sacas, alta de 1,7% em relação ao ciclo anterior.
Esse cenário, de consumo em alta e estoques apertados, pode aumentar a volatilidade dos preços do café, impactando diretamente exportadores e investidores do setor.
Pressão nos Estados Unidos
O Brasil é o principal fornecedor de café para os Estados Unidos, responsável por 33% do mercado norte-americano em 2024. Importadores locais têm pressionado o governo dos EUA para reduzir tarifas de 50% aplicadas sobre o produto, o que vem contribuindo para a instabilidade nos preços internacionais.