A economia dos Estados Unidos criou 22 mil empregos em agosto, segundo o relatório de empregos (payroll) do Departamento do Trabalho divulgado nesta sexta-feira (5) e consolidou as expectativas de um corte nos juros para o próximo dia 17 de setembro.
O resultado veio abaixo da mediana das projeções de analistas, que apontava criação de 76 mil vagas.
A semana nos EUA foi marcada pela sequência de dados do mercado de trabalho, como os relatórios ADP e JOLTS, no entanto, o payroll é a principal métrica do setor e influencia diretamente nas expectativas sobre os juros do Federal Reserve (Fed).
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Impacto nas apostas sobre juros
Após a divulgação, o mercado passou a precificar 100% de chance de corte de juros na próxima reunião do Fed. Segundo a ferramenta CME FedWatch, a probabilidade de redução de 25 pontos-base é de 88%, enquanto a de corte mais agressivo, de 50 pontos-base, subiu para 12%.
As apostas também migraram para cortes adicionais até o fim do ano. A chance de redução acumulada de 75 pontos-base até dezembro avançou para 67,3%. Já a possibilidade de cortes mais modestos perdeu força, enquanto surgiu no mercado a hipótese de ajuste total de 100 pontos-base, com probabilidade de 8,8%.
Payroll também trouxe dados sobre desemprego e salários médios
A taxa de desemprego subiu para 4,3% em agosto, ante 4,2% em julho, em linha com o previsto pelo mercado.
Para Lara Castleton, chefe de construção e estratégia de portfólio dos EUA da Janus Henderson, apesar dos dados abaixo do esperado, o mercado de trabalho ainda está gerando empregos, e um desemprego de 4,3% ainda é saudável na série histórica.
O salário médio por hora aumentou 0,27% em relação a julho, para US$ 36,53. A variação ficou levemente abaixo da estimativa de alta de 0,30%. Na comparação anual, os salários avançaram 3,69%, praticamente em linha com o consenso de 3,7%.
O relatório também trouxe revisões: julho passou de 73 mil para 79 mil empregos criados, enquanto junho foi ajustado de criação de 14 mil para eliminação de 13 mil postos.
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Controvérsia sobre o BLS
A divulgação ocorreu em meio a questionamentos sobre a credibilidade do Bureau of Labor Statistics (BLS). A ex-chefe do órgão, Erika McEntarfer, foi demitida pelo presidente Donald Trump após o payroll de julho frustrar expectativas.
O secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que os dados seriam “mais precisos” após a mudança. No entanto, o site do BLS chegou a apresentar instabilidade minutos antes da publicação do relatório de agosto.