A semana começou com os mercados em forte queda, diante da insegurança jurídica gerada pela disputa entre Donald Trump e os tribunais sobre as tarifas comerciais, processo que deve se estender pelos próximos meses.
No Brasil, Brasília segue praticamente paralisada com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar do cenário político nebuloso, os ativos de risco tiveram desempenho positivo, sustentados pela expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em duas semanas.
Nesta sexta-feira (5), o Monitor do Mercado traz mais uma edição do quadro “Semana em 5 Minutos”, resumo semanal direto e sem enrolação assinado por Gil Carneiro.
“Os erros podem ser corrigidos por aqueles que observam os fatos, mas os dogmatismos não serão corrigidos por aqueles que estão apegados a uma visão” – Thomas Sowell.
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Brasil: cenário político e indicadores econômicos
No campo político, a oposição articula um projeto de lei de anistia para tornar Bolsonaro elegível em 2026. O Centrão, por sua vez, avalia apoiar uma proposta que reduza as penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, com exceção do ex-presidente.
Pesquisas mostram que um em cada quatro eleitores de Lula em 2022 desaprova o atual governo, fator que pode pesar na disputa eleitoral de 2026.
Nos indicadores econômicos, o Boletim Focus reduziu, pela 14ª semana consecutiva, a projeção de inflação medida pelo IPCA para 2025, agora em 4,85%. Para 2026, a estimativa está em 4,31%.
O PIB do segundo trimestre cresceu 0,4%, ligeiramente acima da expectativa de 0,3%, mas abaixo do avanço de 1,3% registrado no trimestre anterior. Já a produção industrial de julho subiu 0,2%, abaixo da projeção de 0,3%, após recuo de 1,3% em junho.
Esses dados reforçam sinais de desaceleração da economia, o que pode abrir espaço para cortes na Selic ainda em 2025.
EUA: turbulência política e mercado de trabalho fraco
Nos Estados Unidos, um tribunal considerou ilegais a maioria das tarifas recíprocas impostas pelo governo anterior, mas Trump recorreu à Suprema Corte, onde conta com maioria favorável. O processo pode se estender até 2026, elevando a incerteza para importadores.
No Fed, a tentativa de destituição da governadora Lisa Cook continua indefinida. Trump indicou Stephen Mirian para substituir Adrian Kugler. Mirian gerou controvérsia ao afirmar que o protecionismo comercial “não é inflacionário” e que restrições à imigração seriam “deflacionárias”.
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Na economia, os dados confirmaram desaceleração:
- PMIs do ISM abaixo de 50 pontos, indicando contração.
- Pedidos às fábricas caíram 1,3% em julho.
- O relatório JOLTS mostrou menos vagas do que desempregados.
- O ADP trouxe criação de empregos privados em metade do esperado.
- Os pedidos de auxílio-desemprego vieram acima das projeções.
- O payroll de agosto registrou apenas 22 mil novas vagas, após 79 mil em julho.
Esse conjunto reforçou as apostas de que o Fed cortará os juros em 0,25 ponto percentual na reunião de 17 de setembro. O mercado já precifica mais cinco cortes até meados de 2026.
Embora o cenário sustente a Bolsa americana em patamares elevados, analistas alertam que a fragilidade do mercado de trabalho ainda não se refletiu na inflação, o que pode limitar o espaço para cortes adicionais.
Mercados: ouro em alta, petróleo em queda
A busca por segurança levou os bancos centrais a acumular mais ouro do que Treasuries americanos em suas reservas, algo que não ocorria desde 1996. Mesmo com juros acima de 4% ao ano nos EUA, a confiança no dólar e no ambiente institucional americano diminuiu, fortalecendo o metal como reserva de valor.
No fechamento da semana, dados coletados às 14h desta sexta-feira mostraram:
- Treasury de 10 anos: queda acentuada nas taxas.
- Ouro: alta acumulada de 37% no ano.
- Petróleo Brent: queda de 3% na semana e de 12% no ano.
No Brasil, a expectativa de cortes de juros nos EUA trouxe alívio aos ativos de risco, que reagiram positivamente apesar da instabilidade política e do quadro fiscal desafiador.
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