A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,20% em agosto, após registrar queda de 0,07% em julho, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) nesta segunda-feira (8).
Com o resultado, o índice acumula retração de 1,62% no ano e alta de 3% em 12 meses. Em agosto de 2024, o IGP-DI avançava 0,12% e acumulava alta de 4,23% em 12 meses.
Segundo André Braz, economista do FGV IBRE, a aceleração foi puxada principalmente pelos preços agropecuários.
“A aceleração do IGP-DI em agosto reflete principalmente a alta dos preços agropecuários ao produtor, com destaque para soja, milho e café, que inverteram a tendência de queda e passaram a registrar elevação expressiva. Além disso, bovinos também contribuíram para a pressão no IPA. No varejo, o avanço de planos de saúde e refeições fora de casa contribuíram para que a queda do índice fosse menos intensa, enquanto no INCC as maiores influências vieram de materiais de construção como tubos de PVC e serviços de mão de obra. O resultado mostra que o choque de preços agrícolas voltou a pesar, espalhando-se para outros componentes do índice”, explicou.
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Preços do atacado no agro impulsionam inflação
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% da composição do IGP-DI, avançou 0,35% em agosto, revertendo a queda de 0,34% registrada em julho.
Entre os estágios de processamento:
- Bens Finais: recuaram 0,22%, após queda de 1% em julho. O índice de Bens Finais (ex), que exclui alimentos in natura e combustíveis, também mostrou desaceleração na queda, passando de -0,44% em julho para -0,09% em agosto.
- Bens Intermediários: registraram retração de 0,21%, após cair 0,78% no mês anterior. O índice de Bens Intermediários (ex), que exclui combustíveis e lubrificantes, caiu 0,36%, contra -0,83% em julho.
- Matérias-Primas Brutas: apresentaram alta de 1,12% em agosto, após avançarem 0,43% em julho.
Varejo recua com queda em habitação e educação
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no IGP-DI, caiu 0,44% em agosto, revertendo a alta de 0,37% registrada em julho.
Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram desaceleração:
- Habitação: de 0,88% para -0,80%
- Educação, Leitura e Recreação: de 0,66% para -1,79%
- Alimentação: de -0,04% para -0,50%
- Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,69% para 0,24%
- Despesas Diversas: de 1,10% para 0,23%
- Transportes: de -0,18% para -0,24%
Em contrapartida, dois grupos registraram aceleração:
- Vestuário: de -0,07% para 0,23%
- Comunicação: de -0,09% para 0,04%
Preços de construção também sustentam inflação
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que compõe 10% do IGP-DI, subiu 0,52% em agosto, abaixo da taxa de 0,91% observada em julho.
No entanto, os três grupos que formam o índice apresentaram desaceleração:
- Materiais e Equipamentos: de 0,86% para 0,26%
- Serviços: de 0,78% para 0,52%
- Mão de Obra: de 1% para 0,83%
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Núcleo do IPC e Índice de Difusão
O núcleo do IPC variou 0,20% em agosto, registrando uma desaceleração em relação a julho, quando variou 0,33%.
Dos 85 itens que compõem o índice, 42 foram desconsiderados do cálculo: 22 registraram variações inferiores a -0,07%, e 20 apresentaram altas acima de 0,44%.
Já o Índice de Difusão, que mede a proporção de itens com variação positiva, alcançou 59,35% em agosto, acima dos 56,77% observados em julho.









