Tradicionalmente, a alta da taxa Selic encarece o crédito e reduz o consumo, dificultando a expansão do mercado imobiliário brasileiro. Porém, em 2025, o cenário parece ser diferente do que estamos acostumados.
Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os lançamentos residenciais cresceram 6,8% e as vendas 9,6% no primeiro semestre de 2025, em relação ao mesmo período de 2024. Estudos apresentados no SIMM Brasil 2025 (congresso do mercado imobiliário) projetam que até 2030 devem ser adquiridos 31 milhões de imóveis no país, cerca de 6 milhões por ano.
A explicação do crescimento, mesmo com a taxa de juros a 15% ao ano — patamar que não era visto desde 2006 —, está no avanço do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e no aquecimento do mercado de alto padrão.
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O programa do governo foi responsável por mais da metade dos lançamentos do país no início do ano. Só no primeiro trimestre de 2025, concentrou 53% dos empreendimentos e 47% das vendas, com crescimento de quase 41% sobre 2024.
Em São Paulo, foram lançados cerca de 130 mil novos apartamentos lançados em 12 meses, máxima histórica, segundo dados da consultoria Brain Inteligência Estratégica, apurados por reportagem do jornal Estadão.
Já no segmento de alto padrão, a procura também se mantém firme no mercado imobiliário. Na capital paulista, a fatia de apartamentos acima de R$ 2 milhões praticamente dobrou nos últimos cinco anos. A informação foi divulgada no Summit Imobiliário 2024, do Estadão.
Rodrigo Campos, especialista de imóveis da Wiser Inteligência Imobiliária, explica que o cenário é positivo para quem compra à vista, já que a dificuldade em obter crédito e o aumento da oferta de lançamentos geram uma pressão sobre os preços, abrindo espaço para descontos significativos.
“Essa é uma oportunidade de ouro para investidores ou para quem busca a casa própria sem a dependência de um financiamento tradicional”, conclui.
Já para a grande maioria, que precisa de parcelamento, uma opção é o consórcio imobiliário, que se diferencia do financiamento tradicional por não cobrar juros.
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“O consórcio oferece parcelas fixas, flexibilidade no uso da carta de crédito e a possibilidade de compra como se fosse à vista. Além disso, a contemplação pode ser antecipada por sorteios ou lances”, explica Campos.
O especialista da Wiser também reforçou que imóveis tendem a preservar valor ao acompanhar a inflação, além de oferecer estabilidade maior que outros ativos financeiros. “Imóveis sempre têm vantagens no investimento. Geram valorização patrimonial e funcionam como reserva de valor em cenários de volatilidade”.