Mesmo na era do PIX e do pagamento por aproximação, o dinheiro físico continua circulando e segue sendo um alvo para criminosos. Golpes envolvendo notas falsas e a manipulação do troco são comuns, especialmente em ambientes de grande movimento, e podem causar prejuízos diretos e constrangimento.
Este guia essencial detalha como os principais golpes com dinheiro em espécie funcionam, com exemplos em comércios, feiras livres e até em caixas eletrônicos, e ensina o que fazer para identificar e se proteger dessas armadilhas.

1. O golpe da nota falsa: como identificar
Receber uma nota falsa é o golpe mais comum. Criminosos se aproveitam de momentos de pressa para repassar cédulas falsificadas, que, apesar de às vezes serem bem-feitas, possuem características que as denunciam. A vítima só percebe o prejuízo mais tarde, quando a nota é recusada em outro estabelecimento.
Os sinais de alerta são a textura, a cor e os elementos de segurança. Uma nota verdadeira tem um relevo característico e uma textura mais firme que o papel comum. As cores são nítidas e vibrantes, sem borrões ou falhas de impressão.
A regra de ouro, segundo o Banco Central do Brasil, é: sinta, olhe e gire.
- Sinta: Toque na nota para sentir o relevo em áreas como a legenda “REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL” e nos números do valor.
- Olhe: Coloque a nota contra a luz para ver a marca-d’água, que é uma imagem sombreada da figura do animal e do valor.
- Gire: Movimente a nota para ver o número do valor mudar de cor no canto superior direito e para observar o fio de segurança, que é uma faixa escura com o valor da nota.
Onde acontece: Principalmente em locais de pagamento rápido, como feiras livres, shows, comércios de rua e no táxi, onde a iluminação pode ser ruim e a pressa impede uma verificação cuidadosa.
2. O golpe do troco adulterado: a troca de notas
Nesta fraude, o golpista se aproveita da sua distração para te dar um troco com notas de menor valor ou até mesmo falsas. A tática mais comum é a da “mão rápida”, onde o vendedor troca uma nota de R$ 50 ou R$ 100 por uma de R$ 2 ou R$ 10 no momento de te devolver o dinheiro.
O principal sinal de alerta é a pressa ou a confusão criada pelo vendedor no momento do troco. Ele pode te fazer várias perguntas ou te apressar para guardar o dinheiro, impedindo que você confira os valores com calma. Outra tática é devolver as notas dobradas para dificultar a visualização.
A regra de ouro é: sempre confira o troco na frente do vendedor, antes de guardá-lo. Não se sinta pressionado. Conte as notas com calma e verifique se os valores estão corretos. É seu direito conferir o que está recebendo.
Onde acontece: Em qualquer lugar que envolva pagamento com dinheiro vivo, desde pequenos comércios e feiras até grandes lojas em momentos de muito movimento.
3. O golpe do “pescador” em caixas eletrônicos
Este golpe visa furtar o dinheiro que você está sacando. Criminosos instalam um dispositivo, geralmente uma régua com uma fita dupla-face, na saída de dinheiro do caixa eletrônico. Quando você realiza o saque, as notas ficam presas nesse dispositivo.
O sinal de perigo é o caixa eletrônico processar a transação e emitir o recibo, mas o dinheiro não sair. Acreditando que a máquina está com defeito, a vítima vai embora. O golpista, que estava observando de longe, se aproxima e “pesca” o dinheiro que ficou preso.
A regra de ouro é: se o dinheiro não saiu, não saia de perto do caixa. Verifique com cuidado a saída de cédulas. Se suspeitar de algo, ligue imediatamente para a central de atendimento do seu banco, usando o telefone no verso do seu cartão, e informe o ocorrido. Se possível, use um caixa eletrônico vizinho e não abandone o terminal com problema.
Fui vítima, e agora? O que fazer imediatamente
- Se recebeu uma nota falsa: Não a repasse, pois isso é crime. Leve a nota suspeita a uma agência bancária e peça para que ela seja encaminhada para análise no Banco Central. Se você tiver certeza de quem te passou a nota, registre um Boletim de Ocorrência (B.O.) na Polícia Civil.
- Se recebeu o troco errado: Se perceber na hora, exija a correção imediatamente. Se notar depois, volte ao estabelecimento com o cupom fiscal e tente resolver a situação de forma amigável. Caso não haja acordo, você pode registrar uma reclamação no Procon.
- Se caiu no golpe do pescador: Contate seu banco na mesma hora e registre o B.O. na Polícia Civil. O banco irá investigar as imagens das câmeras de segurança para confirmar a fraude e proceder com o estorno.
Como se proteger no dia a dia
A melhor defesa contra esses golpes é a atenção e a calma em qualquer transação com dinheiro físico.
- Ao receber dinheiro, especialmente notas de valor alto, tire alguns segundos para verificar os elementos de segurança.
- Sempre confira o troco com cuidado, nota por nota, antes de sair do estabelecimento.
- Dê preferência a caixas eletrônicos localizados dentro de agências bancárias, que são mais seguros e monitorados.
Este guia serve como um alerta educacional. A engenharia social por trás dessas fraudes explora a pressa e a distração. Manter a calma e a atenção é a melhor forma de proteger seu dinheiro. Em caso de crime, a Polícia Civil é a autoridade a ser procurada.