As vendas do comércio brasileiro recuaram 1,5% em agosto na comparação com julho, segundo o Índice do Varejo Stone (IVS). Na comparação anual, a queda foi de 3,3%.
De acordo com Guilherme Freitas, economista e cientista de dados da Stone, o resultado reflete a desaceleração da economia, com mercado de trabalho menos dinâmico — com admissões crescendo em ritmo menor do que o de desligamentos — e famílias pressionadas pelo alto nível de endividamento.
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“Embora a inflação apresente alguma moderação, esse movimento tem ocorrido muito mais pela perda de fôlego da atividade do que por avanços estruturais”, disse o economista.
Setores em queda
Sete dos oito segmentos avaliados registraram retração no mês. A única alta foi no setor de hipermercados, supermercados e alimentos, que cresceu 1,7%.
Entre as maiores quedas mensais, estão:
- Material de construção: -4,3%
- Livros, jornais e papelaria: -3,6%
- Combustíveis e lubrificantes: -1%
- Artigos farmacêuticos e uso pessoal: -0,7%
- Tecidos, vestuário e calçados: -0,3%
- Móveis e eletrodomésticos: -0,3%
Na comparação anual, todos os setores recuaram. O pior desempenho foi de livros e papelaria (-6,8%), seguido por móveis e eletrodomésticos (-6,7%) e material de construção (-5%).
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Desempenho do varejo por região
No comparativo anual, apenas seis estados apresentaram alta nas vendas: Amapá (3,2%), Tocantins (1,9%), Mato Grosso (1,7%), Pará (0,7%), São Paulo (0,6%) e Roraima (0,5%).
Entre as maiores quedas estão:
- Rio Grande do Sul: -7,1%
- Rio Grande do Norte: -6,4%
- Sergipe: -5,9%
- Santa Catarina: -5,4%
- Alagoas: -5,3%
Segundo Freitas, a atividade varejista mostrou maior resiliência no Norte, com quatro estados em alta, enquanto Sul e Nordeste concentraram as quedas mais intensas.
“O comportamento misto do Sudeste e a queda generalizada no Sul e Nordeste reforçam que o ambiente econômico segue desafiador nessas regiões, enquanto a atividade varejista segue aquecida no Norte do país”, completa.