Criminosos frequentemente miram em pessoas idosas, explorando a boa-fé, a confiança em instituições e os laços familiares para aplicar golpes que causam grandes prejuízos. A melhor proteção contra essas fraudes não é apenas a informação, mas o diálogo e o apoio ativo da família, criando uma rede de segurança para quem você ama.
Este guia essencial detalha três dos golpes mais perigosos que vitimam os idosos — por telefone, pelo WhatsApp e em fraudes de dados — e apresenta um plano de ação prático para que filhos, netos e parentes possam blindar seus familiares.
Como os 3 principais golpes funcionam

Os criminosos adaptam suas táticas para diferentes ambientes, mas a base é sempre a engenharia social: a manipulação psicológica para fazer a vítima agir contra seus próprios interesses.
1. O golpe do falso funcionário de banco por telefone
Nesta fraude de vishing (phishing por voz), um criminoso liga se passando por um gerente ou funcionário do banco. Ele informa sobre um “problema de segurança” urgente na conta do idoso e, para “resolver”, o instrui a compartilhar senhas, códigos de segurança ou a fazer uma “transferência de teste” via PIX. A vítima, acreditando estar protegendo seu dinheiro, acaba entregando o acesso ou o próprio valor ao golpista.
A regra de ouro a ser compartilhada é: bancos nunca ligam para pedir senhas ou para realizar transações por telefone. Se receber uma ligação assim, a orientação é desligar imediatamente e, se a dúvida persistir, ligar para o número oficial do banco.
2. O golpe do falso parente no WhatsApp
Um golpista usa um novo número de WhatsApp com a foto de um familiar (geralmente filho ou neto). Ele envia uma mensagem dizendo que trocou de número e, pouco depois, inventa uma emergência (um problema para pagar uma conta, um pequeno acidente) e pede uma transferência urgente via PIX. A vítima, acreditando estar ajudando um parente em apuros, faz o pagamento para a conta de um laranja.
A regra de ouro a ser combinada em família é: sempre ligue para confirmar. Antes de fazer qualquer PIX para um parente com número novo, é essencial ligar para o número antigo da pessoa para confirmar a história. Uma chamada de voz de um minuto desmascara a fraude.
3. O golpe da falsa prova de vida do INSS
Criminosos contatam o aposentado por WhatsApp, usando o logo do INSS, e exigem uma “prova de vida online” para “não ter o benefício bloqueado”. Eles pedem o envio de fotos de documentos e uma selfie segurando o RG, dados que são usados para abrir contas e contratar empréstimos fraudulentos em nome da vítima.
A regra de ouro a ser reforçada é: o INSS não pede prova de vida por WhatsApp. A verificação é, na maioria dos casos, automática. Para checar a situação, a única forma segura é através do aplicativo oficial Meu INSS ou ligando para o telefone 135.
Meu familiar foi vítima, e agora? Como ajudar
- Apoie e aja rápido: a primeira atitude é acolher, sem julgamentos, pois a vergonha pode impedir a vítima de agir. Em seguida, ajude-a a contatar o banco imediatamente para bloquear contas, cartões e, em caso de PIX, solicitar a ativação do Mecanismo Especial de Devolução (MED).
- Denuncie o crime: auxilie seu familiar a registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) na Polícia Civil. Sua ajuda é importante para organizar os fatos e reunir as provas, como prints e comprovantes.
- Monitore e previna: ajude a verificar o extrato de empréstimos no aplicativo Meu INSS e a monitorar as contas bancárias. Use a situação como uma oportunidade para, com calma, reforçar as dicas de segurança.
Como proteger quem você ama: a prevenção é um ato de cuidado
A melhor proteção para os idosos é o diálogo familiar e a informação. Crie um ambiente de confiança onde eles se sintam à vontade para perguntar e contar sobre qualquer abordagem suspeita.
- Crie uma “palavra de segurança” em família para confirmar pedidos de dinheiro.
- Ajude a ativar a “verificação em duas etapas” no WhatsApp do seu familiar.
- Mostre como usar o aplicativo Meu INSS para bloquear o benefício para novos empréstimos.
- Deixe os números de telefone oficiais dos bancos e da polícia sempre visíveis e à mão.
Este guia serve como um alerta educacional. Para mais dicas, consulte as cartilhas da FEBRABAN e do Procon. Lembre-se que, em caso de fraude, a atitude correta é sempre denunciar e, acima de tudo, amparar a vítima.