O mercado amanhece nesta quinta-feira (18) ainda digerindo os acontecimentos da super quarta (17), que não trouxe surpresas quanto aos juros no Brasil e nos Estados Unidos. Os cenários precificados foram confirmados na última tarde e pesaram sobre a Bolsa de Valores brasileira, a B3.
O Ibovespa, principal índice brasileiro, disparou e renovou seu recorde de fechamento pela terceira sessão consecutiva ao subir 1,06%, aos 145.593,63 pontos. Na máxima houve alta de 1,58%, rompendo os 146 mil pontos (146.330,90 pontos) pela primeira vez na história.
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No Brasil, a manutenção da taxa Selic em 15% já era amplamente esperada, mas o tom do comunicado, indicando que o Banco Central manterá a postura contracionista e não hesitará caso precise retomar o ritmo de altas nos juros, foi recebido com certa surpresa pelo mercado.
“O discurso hawkish [mais agressivo] reduz o espaço para cortes no curto prazo e tende a penalizar ações mais sensíveis à queda de juros, como varejo, consumo discricionário e construção civil, que vinham se beneficiando da expectativa de flexibilização monetária mais cedo”, afirmou Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora.
Por aqui, o dólar operou ao longo de todo o pregão próximo da estabilidade, encerrando o dia em alta de 0,06% frente ao real, cotado a R$ 5,30. Após a decisão do Federal Reserve (Fed) de cortar os juros em 0,25 p.p. a moeda perdeu força globalmente, chegando a cair para R$ 5,27. No entanto, o resultado positivo pôs fim à sequência de cinco pregões de queda — desvalorização de 2,54% no período.
No mercado internacional, os investidores repercutiram o início do ciclo de afrouxamento monetário nos EUA, com as Bolsas operando sem direção única. Apesar de estar precificado, o corte não foi unânime entre os diretores do Fed e teve Stephen Miran (aliado de Donald Trump) votando por uma redução de 0,5 p.p.
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Manchetes desta manhã
- Câmara aprova urgência da anistia por ampla margem (Valor Econômico)
- Nvidia faz investimento de US$ 5 bilhões na Intel e anuncia parceria em desenvolvimento de chips (Valor Econômico)
- Diferencial de juros maior entre Brasil e EUA reforça apelo do real (Valor Econômico)
- Governistas reconhecem revés na Câmara, temem anistia geral e apostam em redução de penas (Folha de S.Paulo)
- Lula venceria todos os possíveis adversários no 1º e 2º turnos em 2026 (O Globo)
Mercado global reage à super quarta
As Bolsas da Europa, sobem em bloco nesta manhã após o corte de juros pelo Fed, e na esteira da manutenção dos juros do Reino Unido (também por decisão dividida). Por lá, o resultado saiu um dia depois de dados mostrarem que a inflação inglesa em agosto ficou em 3,8%, a mais alta em 19 meses e quase o dobro da meta de 2%.
Na Ásia, os investidores reagiram de forma mista à decisão do Fed e aos sinais de novos cortes ainda em 2025. As principais bolsas terminaram os pregões sem direção única, com os negócios da China caindo e, nas demais praças, em terreno positivo.
Em Nova York, após o corte e as projeções atualizadas mostrarem que a maioria dos diretores espera mais dois cortes em 2025, ressaltando a mudança do BC para apoiar um mercado de trabalho em declínio, o mercado ensaia um dia positivo em Wall Street. Powell descreveu a decisão como “gerenciamento de risco”, dizendo que as autoridades queriam se proteger contra a possibilidade de um aumento mais acentuado no desemprego.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro: +0,71%
- FTSE 100: +0,14%
- CAC 40: +1,08%
- Nikkei 225: +1,15%
- Hang Seng: -1,35%
- Shanghai SE Comp.: -1,15%
- MSCI EM: -0,06%
- Bitcoin: +0,92% a US$ 117.278,30
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Commodities
- Petróleo: oscila avaliando política monetária mais frouxa. O Brent para novembro avança 0,54%, a US$ 68,32, enquanto o WTI para outubro sobe 0,58%, a US$ 64,42.
- Minério de ferro: a commodity fechou em leve queda de 0,12% em Dalian na China nesta manhã, cotado a US$ 112,58/ton. Já em Singapura, os contratos futuros operam em queda de 0,47%, cotados a US$ 105,35/ton, enquanto no mercado à vista a queda é de 0,33%, com o minério cotado a US$ 105,20/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, após a decisão dos juros, os investidores começam a formular agora as projeções para a próxima reunião. Um dos principais dados observados pelo Fed, o mercado de trabalho, terá novos números divulgados nesta manhã.
A atenção se volta para a divulgação dos dados semanais de pedidos iniciais de seguro-desemprego, que disparou na semana passada.
Na Ásia, as expectativas giram em torno dos dados de inflação do Japão, que serão revelados na noite desta quinta-feira (manhã de sexta-feira no horário local).
Cenário nacional
No Brasil, com a agenda esvaziada de dados econômicos, os olhares seguirão voltados para Brasília, em meio as votações da PEC da Blindagem, que poderá livrar deputados de serem investigados sem autorização expressa da Câmara, e da votação em urgência para a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8/1.
Destaques no mercado corporativo
- Caixa Econômica: lucro recorrente de R$ 3,7 bi no 2T25 (+12% a/a); carteira de crédito R$ 1,294 tri (+10,1%).
- Banco do Brasil (BBAS3): Citi elevou recomendação para compra, com preço-alvo de R$ 29 (antes R$ 22).
- Embraer (EMBR3): metalúrgicos rejeitaram proposta de reajuste salarial; greve continua por tempo indeterminado.
- Fleury (FLRY3): Guepardo Investimentos reduziu participação de 5,64% para 4,96%.
- Totvs (TOTS3): aprovou JCP de R$ 88 mi (R$ 0,15/ação); ex em 24/09, pagamento em 06/10.
- Wilson Sons (PORT3): conselho aprovou OPA da SAS Shipping Agencies; leilão em 23/10.
- Copasa (CSMG3): Goldman Sachs atingiu posição de 4,64% via derivativos com liquidação física.