Por Marcelo Hirata*
Vivemos a era da hiperconectividade — e o preço dessa conexão está se tornando perigosamente alto. O Brasil, que sempre se destacou por sua criatividade no setor financeiro, agora também lidera o ranking de fraudes digitais na América Latina. Dados recentes da Serasa Experian mostram quase 2 milhões de tentativas de fraude em bancos e cartões apenas no primeiro trimestre de 2025. E isso é só a superfície.
O problema é maior e mais profundo. Não estamos falando apenas de vazamentos pontuais ou invasões isoladas, mas de um ecossistema inteiro sob ameaça. Enquanto avançamos com Open Finance, Pix, bancos digitais e soluções integradas, os criminosos acompanham — e, muitas vezes, se antecipam.
O Brasil concentra mais da metade dos ataques com trojans bancários na região. Malwares como Banbra e Grandoreiro, criados em território nacional, são exportados como verdadeiras “startups do crime”. Não é apenas um dado alarmante — é um alerta vermelho piscando para todo o mercado financeiro.
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A ironia é que a inovação, quando não acompanhada de uma mentalidade de segurança, se torna um vetor de risco. O sucesso do Pix, por exemplo, aumentou o PIB, facilitou milhões de transações, mas também se tornou um dos principais alvos dos fraudadores. A transformação digital no Brasil está acontecendo. O problema é que, em muitos casos, ela está sendo feita sem blindagem.
O que se espera, então, de quem lidera bancos, fintechs, seguradoras, gestoras e afins? Espera-se responsabilidade estratégica. Cibersegurança não pode mais ser uma função secundária da TI. Ela precisa sentar à mesa das decisões. Precisa estar no planejamento, no orçamento e — acima de tudo — na cultura da empresa.
E há um fator que poucos mencionam: cibersegurança não é só custo, é valor. O mercado de segurança eletrônica faturou mais de R$ 14 bilhões em 2024 e tem previsão de crescer 23,7% em 2025. Estamos falando de uma indústria que gera mais de 5 milhões de empregos diretos e indiretos. Investir em proteção digital é também impulsionar a economia — com empregos, tecnologia e inovação.
Mas não é só sobre ferramentas e firewalls. É sobre atitude. Testes de penetração, gestão de identidades, autenticação robusta e operações de segurança 24/7 não são luxo — são sobrevivência. A realidade é simples: se sua empresa ainda enxerga segurança como um “projeto”, está atrasada. Segurança deve ser um fluxo, não um esforço pontual.
Nesse cenário, contar com parceiros especializados se torna vital, atuando com empresas de cibersegurança que vão além do diagnóstico técnico e entreguem inteligência aplicada, visão de risco e ação estruturada. Não basta saber onde está o problema — é preciso resolvê-lo com profundidade e pragmatismo.
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O futuro financeiro do Brasil depende da nossa capacidade de proteger aquilo que estamos construindo. Inovação e segurança precisam andar juntas. Sem isso, continuaremos assistindo ao mesmo ciclo: uma corrida pela digitalização seguida por prejuízos bilionários — financeiros, de reputação e de confiança.
É hora de parar de tapar o sol com a peneira. Segurança não é o fim da liberdade digital — é justamente o que a torna possível.
*Marcelo Hirata é Managing Parter da águilahub.