O mercado de commodities agrícolas voltou a ter o café no centro das atenções nesta quinta-feira (25). Investidores e produtores estão de olho no risco de ofertas baixas para o grão.
A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) alertou que a safra de 2025 não será suficiente para recompor os estoques globais, pressionados pelo consumo interno e externo.
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Segundo a análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, o volume colhido neste ano é menor que o da safra passada e não repõe os estoques, o que deve manter os preços firmes.
A expectativa do setor está na próxima safra, com previsão de recorde, o que pode iniciar a recomposição. Mesmo assim, segundo especialistas do setor, seriam necessárias pelo menos três boas colheitas para reequilibrar a oferta. Confira a análise de Guto Gioielli abaixo:
Argentina recua e retoma tarifa de exportação após ajuda dos EUA
A Argentina voltou a aplicar tarifas sobre exportações agrícolas nesta quinta-feira (25), apenas dois dias depois de suspendê-las.
A medida havia sido retirada para atrair dólares ao país, mas foi revertida após um acordo com os Estados Unidos, que ofereceu US$ 20 bilhões em ajuda financeira e comprou parte da dívida argentina.
Segundo Gioielli, a decisão de Buenos Aires está diretamente ligada ao auxílio norte-americano. A suspensão das tarifas estava prevista para durar até 31 de outubro, mas foi encerrada de forma antecipada quando o governo de Javier Milei atingiu rapidamente a meta de captação de US$ 7 bilhões.
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Plantio de milho avança na Argentina
O plantio de milho destinado à produção de grãos avançou 6,1 pontos percentuais na Argentina na última semana, alcançando 12,3% da área total prevista. O ritmo supera o da temporada anterior, quando o país enfrentou restrições no uso de defensivos agrícolas devido à cigarrinha.
Em números absolutos, o país deve plantar cerca de 1 milhão de hectares nesta temporada, contra 700 mil no mesmo período do ano passado. As províncias de Córdoba, Santa Fé e Entre Ríos registram avanços, enquanto Buenos Aires enfrenta atrasos devido ao excesso de chuvas.
Commodities pressionadas no mercado externo
No mercado internacional, a China comprou grandes volumes de soja, farelo e milho da Argentina, reduzindo a expectativa de exportações dos Estados Unidos. A gigante asiática já garantiu cerca de 65% de suas necessidades de soja para novembro, o que pode limitar as vendas americanas no período.
A soja opera próxima de US$ 10,12 por bushel e acumula três dias seguidos de queda. O milho, por sua vez, mantém suporte técnico em torno de US$ 4,24 por bushel, com expectativa de possível reação.
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O mercado de carnes também sentiu o impacto da política argentina. A retirada temporária das tarifas afetou as exportações brasileiras e trouxe volatilidade aos contratos futuros do boi gordo, que seguem próximos de R$ 307 por arroba.
A expectativa é que os vencimentos migrem gradualmente para os contratos de outubro a partir da segunda quinzena do mês.