O mercado de grãos encerrou setembro com forte pressão sobre as cotações de soja e milho. Dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostraram volumes acima do esperado, o que aumentou a oferta global e limitou a recuperação dos preços.
A análise é de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, que aponta que a combinação entre estoques elevados, safra americana robusta e bom início de plantio no Brasil reduz as chances de valorização no curto prazo.
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Confira a análise na íntegra:
Soja perto de romper patamar dos US$ 10 por bushel
O relatório do USDA revelou que os estoques de soja chegaram a 9,31 milhões de toneladas, acima dos 8,76 milhões esperados pelo mercado. A diferença elevou a pressão vendedora e aumentou as chances de a commodity perder a marca dos US$ 10 por bushel — nível considerado técnico importante para o setor.
Além dos estoques maiores, a boa colheita nos Estados Unidos e o avanço do plantio no Brasil ampliam a oferta global. Segundo Gioielli, esse cenário torna difícil uma recuperação significativa dos preços no curto prazo e pode abrir espaço para novas quedas no mercado futuro.
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Milho também sente pressão com oferta acima do esperado
O milho segue trajetória semelhante. O USDA mostrou que os estoques norte-americanos alcançaram 38,91 milhões de toneladas, ante 33,93 milhões projetados pelos analistas. O número supera em quase 5 milhões de toneladas as expectativas e mantém a tendência de queda dos preços.
A pressão também reflete o ritmo acelerado da colheita nos Estados Unidos e o avanço do plantio na Argentina e no Brasil, especialmente nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Essa oferta adicional dificulta qualquer movimento de recuperação no mercado global.
Demais commodities sem fôlego no pregão
O petróleo ampliou as perdas e voltou a negociar abaixo dos US$ 70 por barril, depois de encontrar resistência na faixa dos US$ 71. A queda da commodity energética tende a afetar a dinâmica de custos de produção agrícola, especialmente no transporte e na logística.
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No mercado de café, os contratos operam estáveis no intervalo entre US$ 4.100 e US$ 4.300 por tonelada, sem sinais claros de tendência. Gioielli observa que o cenário permanece indefinido, com movimentos pontuais de alta e correções técnicas frequentes.
O mercado pecuário também fechou setembro em queda. O boi gordo abriu o dia com recuo e chegou a cair mais de R$ 1 por arroba. O movimento indica perda de força no curto prazo, com os preços testando regiões de suporte próximas dos R$ 300 por arroba.
Segundo Gioielli, a movimentação técnica dos contratos futuros indica possibilidade de novos ajustes no mercado pecuário, caso o suporte seja rompido nas próximas sessões.