Os fundos de crédito privado estão se popularizando entre gestoras de investimentos, que passam a oferecer, para empresas, acesso a crédito com recursos captados de investidores. O negócio é vantajoso para as empresas, em si (que passam a ter acesso aos recursos para viabilizar seus projetos) e também para os investidores, que contam com uma alternativa conservadora mais rentável do que outros investimentos em renda fixa.
Uma das pioneiras no modelo, a Captalys possui dois fundos, o Orion, que tem 11 anos e é voltado para o investidor profissional, e o Panorama, que tem seis anos e se destina a investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras).
“Entendemos que o crédito tem um propósito, é um bem comum”, defende Leandro Andrade, gestor de Fundos da Captalys. “Grandes empresas conseguem acessar bancos, Bolsa de valores e ter fontes de capital de forma rápida. Mas quando partimos para uma cadeia de pequenas e médias empresas (que são maioria no País), elas não têm linhas de crédito de forma acessível. O que fazemos é uma desintermediação dessa cadeia de valor, estruturando fundos com investidores que têm excesso de recurso para oferecer a essas empresas por meio desses instrumentos”, explica.
Os cheques para as empresas (único devedor) variam entre R$ 5 mil (micro e pequenas) e 25 milhões (middle). Já os cheques para FIDCs parceiros — que, por sua vez, investem em milhares de empresas —, vão de R$ 20 milhões a R$ 200 milhões. Com toda a gestão do risco, precificação, cobrança sendo feita pela gestora, a remuneração, que iria para o banco por fazer esse serviço é revertida para dentro da carteira, como resultado para o cotista.
Por conta da pulverização e diversificação de risco da carteira, com empresas tomadoras em mais de 70 segmentos, o risco é considerado baixo.
“Procuramos entregar para o investidor uma faixa de retorno pré-definida”, diz Douglas Shibayama, Chief Investment Officer da Captalys. “Para o tomador, uma vez que não estamos buscando maximizar o retorno, provemos um crédito mais sustentável”.
A rentabilidade do Panorama é CDI + 3% ao ano, enquanto o Orion entrega CDI + 6% ao ano. Para obter esse rendimento em um investimento de baixo risco, o cotista abre mão da liquidez. Ambos os fundos têm liquidação em D + 180 dias, sendo que o Orion tem janelas de resgate a cada final de trimestre.
A tributação para pessoas físicas é a de fundo de longo prazo, com tabela regressiva e come-cotas semestral, sem incidência de IOF – na medida em que, como já foi mencionado, o resgate ocorre em 180 dias, sendo que o tributo só incide quando há o recebimento em menos de 30 dias. No Panorama, o aporte inicial mínimo é de R$ 5 mil, com aportes adicionais mínimos de R$ 1 mil. Juntos, os dois fundos, possuem quase R$ 1,9 bilhão sob gestão, sendo R$ 1,6 bilhão do Orion e R$ 250 milhões do Panorama.