A confiança do comércio brasileiro, medido pelo Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), caiu 5% de agosto para setembro de 2025, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Foi o segundo mês seguido de retração, levando o índice para 97,2 pontos — abaixo da linha de 100 pontos que separa confiança de insatisfação. Na comparação anual, houve queda de 10,3%.
Como resultado, a confiança do comércio chegou ao menor nível desde maio de 2021, quando estava em 94,7 pontos.
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O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, explicou que a combinação de juros elevados e mercado de trabalho enfraquecido pressiona o comércio. Segundo ele, a taxa Selic em patamar alto desestimula investimentos, enquanto a menor intenção de consumo das famílias reduz o ritmo das vendas.
Apesar da maioria (54%) manter a expectativa de melhora da economia, 46% dos varejistas veem uma piora no cenário, maior percentual desde julho de 2020, de acordo com a CNC.
De agosto para setembro, o componente de avaliação das condições atuais recuou 5%, refletindo quedas na percepção sobre economia (-5,9%), empresa (-4,2%) e setor (-5,3%). Já as expectativas diminuíram 7%, com reduções em economia (-10,2%), setor (-7%) e empresa (-4,6%).
As intenções de investimento caíram 2,6%, influenciadas por recuos em estoques (-0,6%), investimentos na empresa (-2,4%) e contratação de funcionários (-4,2%).
Segmentos do comércio
Entre os segmentos do varejo, a confiança em bens não duráveis — que inclui supermercados, farmácias e lojas de cosméticos — caiu 6,8% em setembro ante agosto. No varejo de bens de consumo duráveis, o recuo foi de 4,5%, e no de semiduráveis, de 3,9%.
Na comparação anual, a queda foi de 9,6% para bens não duráveis, 13,7% para bens duráveis e 6,6% para semiduráveis.
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