Muito antes de comprar o Twitter (hoje ‘X’), Elon Musk já marcava presença no meio da inteligência artificial. Há mais de dez anos o empresário, dono da SpaceX, CEO da Tesla e fundador da OpenAI (que criou o ChatGPT) acredita que a IA pode nos “destruir”.
O começo
Em 2012, Elon Musk conheceu Demis Hassabis, designer de videogames e pesquisador em inteligência artificial. Hassabis havia fundado, dois anos antes, uma empresa chamada ‘DeepMind’ (posteriormente comprada pela Google), que buscava fazer computadores pensantes.
Os dois empreendedores passaram a se preocupar sobre como as máquinas poderiam se tornar superinteligentes ultrapassar seres humanos, chegando à fantasia de filmes de ficção científica onde a tecnologia “se livraria” da nossa espécie.
Na tentativa de controlar o avanço da inteligência artificial da DeepMind e de impedir a venda da empresa para a Google, Musk fez um investimento de US$ 5 milhões na empresa. De nada adiantou: em janeiro de 2014 a DeepMind foi vendida para a big tech.
Musk se virou contra Google
Após a frustração de ter “perdido” a DeepMind para a Google, Musk começou a estudar maneiras de contrapor a Google e, segundo ele, buscar a segurança da inteligência artificial. Foi aí que o empresário entrou em contato com Sam Altman, um empreendedor de Software.
No ano de 2016, os dois decidiram cofundar um laboratório de pesquisa em inteligência artificial sem fins lucrativos, chamado de OpenAI. A plataforma tinha como intenção ter um código aberto e contrapor a dominação da área de IA pela Google.
Empresário ‘pula fora’ da OpenAI
Após tentar assumir a OpenAI e ser rejeitado, em 2018, Musk decidiu sair da empresa. Porém, em maio de 2023, o bilionário volta a comentar sobre o ocorrido durante uma entrevista ao canal de notícias CNCB, onde disse que seria “a razão pela qual a OpenAI existe”.
No ano marcado pela pandemia de Covid, 2020, o GPT-3 foi lançado pela OpenAI. A tecnologia serve como “modelo” para criação de chatbots, layouts, produção de textos e desenvolvimento de softwares. Atualmente, a versão gratuita do ChatGPT, da mesma empresa, utiliza a versão 3.5 do GPT, que foi lançado em 2022.
GPTs viram alvo da Google
A Google que, conforme já mencionado pelo Monitor do Mercado, sempre foi líder no “pódio” da internet, se viu ameaçada pela tecnologia, e em fevereiro de 2023 anuncia seu próprio chatbot com inteligência artificial: Google Bard. No mês seguinte, março, o GPT-4 era lançado pela OpenAI. O serviço seria disponibilizado através do ChatGPT Plus (uma versão paga do ChatGPT, que custa cerca de US$ 20).
A disputa pelo mercado de IA entre as duas empresas ficou cada vez mais intensa. Em meio ao desespero por ver o crescimento constante do ChatGPT, a Google correu para entrar no mercado com o Bard, mas falhou diversas vezes. O chatbot teve atrasos para chegar em outros países (somente no Brasil, foram cinco meses de espera), além de lançar recursos limitados ao inglês, segundo reportagem anterior do Monitor.
Musk tenta combater OpenAI e Google com IA própria
Mesmo voltando a falar sobre o potencial destrutivo da inteligência artificial, em julho de 2023, Musk anuncia sua própria empresa de inteligência artificial: xAI. A empresa tenta rivalizar contra a OpenAI e a Google.
O empresário se preocupava que os chatbots e sistemas de IA, especialmente nas mãos da Microsoft (que investiu US$ 10 bilhões na OpenAI) e da Google, pudessem ser politicamente “doutrinados ou infectados”, pelo que ele chamava de “vírus da mente desperta” (woke-mind virus).
Imagem: Getty Images