O mercado de commodities começou a semana nesta segunda-feira (6) com alta volatilidade nas proteínas e no café, que seguem como os ativos mais sensíveis às variações externas e às negociações políticas.
A incerteza em torno de um possível acordo entre Brasil e Estados Unidos após a reunião entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva pode mudar o rumo dos preços do café, enquanto o boi gordo enfrenta dificuldades diante de uma oferta elevada e vendas fracas.
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Segundo análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, o mercado futuro indica movimentos divergentes entre as principais commodities agrícolas. Confira na íntegra:
Café sobe, mas acordo pode mudar cenário
O café mantém tendência de alta desde o início de outubro, com os contratos acima da média móvel de 21 dias. A floração intensa das lavouras no interior de São Paulo e Minas Gerais reforça a expectativa de uma boa safra, o que pode sustentar preços elevados no curto prazo.
No entanto, uma eventual negociação comercial entre Brasil e Estados Unidos — que inclui conversas diretas entre os presidentes e possibilidade de revisão de tarifas — pode alterar rapidamente esse quadro.
Caso as sobretaxas americanas sobre o produto brasileiro sejam retiradas, o mercado pode registrar uma forte correção de preços.
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Boi gordo segue pressionado
No mercado pecuário, o boi gordo enfrenta um cenário mais desafiador. A produção elevada e o ritmo lento de vendas internas e externas pressionam as cotações, que seguem em movimento lateralizado. Gioielli explica que a ausência de dados positivos sobre demanda impede a recuperação dos preços no curto prazo.
A volatilidade no mercado de proteína animal reflete o excesso de oferta, que reduz o poder de reação dos preços mesmo com custos de produção elevados.
A tendência, segundo o analista, é de que o mercado continue pressionado até que as exportações ganhem força.
Grãos recuam com oferta elevada
Entre os grãos, soja e milho perderam força. A soja, negociada a US$ 10,22 por bushel no contrato de novembro, enfrenta resistência técnica e não consegue romper níveis importantes de preço.
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Já o milho mostra fraqueza diante de uma produção robusta e de preços sem suporte para alta, mesmo com aumento nas exportações.
As exportações de milho subiram de 1,53 milhão para quase 1,6 milhão de toneladas na última semana, enquanto a soja caiu ligeiramente em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, os volumes ainda não são suficientes para impulsionar uma recuperação consistente.