Os custos de vida elevados e a perda do poder de compra têm feito oito em cada dez brasileiros trocarem suas marcas favoritas por opções mais baratas para economizar nas compras de supermercado, aponta levantamento da Neogrid.
Segundo Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, o movimento está diretamente ligado à inflação acumulada de 5,35% nos últimos 12 meses, que pressiona o orçamento das famílias.
Ele explica que, como consequência, o consumidor brasileiro tem se tornado mais racional. As compras por impulso diminuíram e os consumidores passaram a seguir listas com maior rigor, priorizando o essencial.
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“Há um reflexo claro da inflação na forma de consumo. O público está mais cauteloso e estratégico. Busca produtos que combinem qualidade e preço justo, e não se prende mais a uma marca específica”, afirma o especialista.
A pesquisa “Consumo em Tempos de Inflação e Repriorização”, da Opinion Box, confirma essa percepção. O levantamento mostra que 95% dos consumidores notaram aumento nos preços dos supermercados no último ano e 55% acreditam que os preços devem continuar subindo.
Itens de limpeza e higiene lideram substituições no supermercado
A Neogrid também identificou que as categorias mais afetadas pela troca de marcas no supermercado são produtos de limpeza (68,86%), higiene pessoal (57,06%) e alimentos e bebidas (53,77%). Carnes e derivados aparecem logo em seguida, com 53,04%.
Entre as estratégias para economizar, cresce a busca por marcas próprias, produtos vendidos com o nome das redes de supermercado. Esses itens ganham espaço por oferecer preços mais baixos em comparação às marcas tradicionais, sem grande perda de qualidade.
“Marcas próprias têm sido uma alternativa eficiente, especialmente para famílias maiores, já que o custo final das compras é reduzido significativamente”, avalia Rosadas.
Além disso, 73% dos entrevistados afirmam que passaram a considerar certos produtos como “mimos”, como chocolates (45%) e bebidas alcoólicas (19%).
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Festas de fim de ano podem alterar comportamento
Por outro lado, o especialista acredita que o padrão de consumo deve mudar temporariamente com a aproximação das festas de fim de ano, uma vez que o forte simbolismo das datas comemorativas deve impulsionar a busca por produtos populares da época.
Prova disso é que, segundo o estudo da Neogrid, 60% dos entrevistados pretendem manter as compras em celebrações. Entre eles, 51,3% dizem que devem gastar menos, enquanto 24% pretendem manter o consumo no mesmo nível.