A ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) mostrou que os dirigentes do banco central dos Estados Unidos estão atentos ao enfraquecimento gradual do mercado de trabalho e ao risco persistente de inflação acima da meta.
O documento divulgado nesta quarta-feira (8) se refere ao encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) realizado em 16 e 17 de setembro, quando se iniciou o ciclo de afrouxamento monetário nos EUA.
- Temos 46 vagas restantes para quem quer lucrar com operações de café do Portal das Commodities — clique aqui e veja como aplicar na prática.
Emprego perde força e incertezas aumentam
De acordo com a ata, os integrantes do Fomc observaram que a criação de vagas perdeu ritmo e que a taxa de desemprego subiu ligeiramente.
A desaceleração, segundo o texto, reflete tanto a redução da oferta quanto da demanda por trabalho — com fatores como menor imigração líquida e mudanças na participação da força de trabalho pressionando o lado da oferta.
Do lado da demanda, o crescimento econômico moderado e a incerteza elevada sobre o cenário futuro estariam levando empresas a frear contratações.
O comitê avaliou que indicadores recentes ainda não apontam para um enfraquecimento acentuado, mas revisões de dados anteriores sugerem que a desaceleração pode estar ocorrendo há mais tempo do que se imaginava.
Os dirigentes esperam que, com a política monetária adequada, as condições do mercado de trabalho “se suavizem” nos próximos meses. Ainda assim, alertaram que os riscos para o emprego aumentaram desde a última reunião.
- Casa, comércio ou indústria: todos podem economizar no mercado livre de energia. Descubra como!
Ata do Fed menciona equilíbrio entre inflação e crescimento
Ao discutir os riscos que orientam a condução dos juros, os integrantes do Fed destacaram que a inflação ainda apresenta riscos de alta e que um corte prematuro na taxa pode dificultar o controle dos preços no futuro.
Por outro lado, manter os juros elevados por muito tempo pode elevar o desemprego e desacelerar a economia de forma desnecessária.
O comitê reforçou a necessidade de uma abordagem equilibrada entre os objetivos de estabilidade de preços e pleno emprego. As expectativas de inflação de longo prazo seguem “bem ancoradas”, e a maioria dos dirigentes ainda vê riscos de alta para os preços, embora alguns considerem que esses riscos diminuíram em relação ao início do ano.
A ata do Fed apontou que o progresso da inflação em direção à meta de 2% estagnou ao longo de 2025, mesmo desconsiderando o impacto dos aumentos tarifários implementados neste ano. Parte dos membros do comitê avaliou que, sem essas tarifas, a inflação estaria próxima do objetivo.
O Fed também projetou que o volume de reservas do banco central deve permanecer em torno de US$ 2,8 trilhões até o fim do primeiro trimestre de 2026, caso o processo de redução do balanço continue no ritmo atual.
- Outros investidores já estão copiando a operação com café que rendeu R$ 25 mil no mês— saiba como ativar agora o Copy Invest.
Mercado mantém apostas em cortes de juros
Após a divulgação da ata, as expectativas do mercado para a política monetária americana pouco mudaram. Segundo dados do CME Group, a probabilidade de um corte de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) até dezembro de 2025 permanece em cerca de 78%.
A chance de uma redução mais modesta, de 25 pontos-base, segue próxima de 21%, enquanto a probabilidade de manutenção dos juros é de 1,2%.
Para a próxima reunião, marcada para os dias 28 e 29 de outubro, as apostas de corte de 25 pontos-base caíram ligeiramente, de 94,6% para 92,5%. Já a chance de que o Fed mantenha as taxas inalteradas subiu de 5,4% para 7,5%.