O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (8) em leve queda de 0,11%, cotado a R$ 5,34. A moeda norte-americana oscilou próxima da estabilidade durante a maior parte da sessão, refletindo a cautela dos investidores com o cenário político e fiscal no Brasil.
O foco do mercado segue na tramitação da Medida Provisória (MP) que substitui o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A proposta, aprovada em comissão especial por 13 votos a 12, prevê arrecadação de R$ 17 bilhões — R$ 3 bilhões a menos do que o previsto inicialmente.
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A MP precisa ser aprovada ainda nesta quarta-feira pela Câmara e pelo Senado para não perder validade. Caso caduque, o governo Lula teria de promover cortes de gastos para cumprir a meta fiscal de 2026, o que poderia reacender a percepção de risco fiscal.
Pesquisa mostra melhora na aprovação do governo
Outro fator observado pelos investidores foi a nova pesquisa Genial/Quaest, que apontou melhora na popularidade de Lula. A aprovação do governo subiu para 48%, o maior nível desde janeiro, enquanto a desaprovação ficou em 49%. O levantamento também mostrou aumento na rejeição à anistia de condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Participantes do mercado avaliam que uma eventual vitória de um candidato de oposição nas eleições de 2026 poderia levar a uma política fiscal mais austera.
Esse cenário reduziria o chamado “prêmio de risco” — remuneração extra exigida por investidores para aplicar em ativos brasileiros — e abriria espaço para valorização do real.
Dólar global ganha força
No exterior, o índice DXY, que mede o dólar frente a seis moedas fortes, subiu pelo terceiro dia consecutivo, chegando ao nível dos 99 pontos. Na semana, o Dollar Index acumula alta de 1,1%. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
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O euro recuou diante da crise política na França, após a renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu. O iene também perdeu mais de 0,5% ante o dólar, com a expectativa de uma política fiscal mais expansionista no Japão sob a provável nova premiê Sanae Takaichi.
Segundo analistas, a desvalorização do iene tende a favorecer moedas emergentes, usadas em operações conhecidas como carry trade, nas quais investidores tomam empréstimos em moedas de baixo juro (como o iene) para aplicar em países que oferecem rendimentos maiores.