As exportações brasileiras para os Estados Unidos sujeitas às novas sobretaxas caíram 25,7% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2024, segundo o Monitor do Comércio Brasil-EUA, da Amcham Brasil. A queda supera a média total de retração das exportações ao país, que foi de 20,3% no período.
Em contrapartida, os produtos isentos de sobretaxa tiveram alta de 12,3%, puxada sobretudo pelas vendas de petróleo e derivados. Segundo a Amcham, setembro marcou o ponto mais acentuado de queda no comércio bilateral até agora.
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Impacto das tarifas nas exportações e busca por diálogo
“O impacto das tarifas sobre as exportações brasileiras é evidente. Produtos sujeitos às sobretaxas caíram 26%, e essa retração pode se intensificar nos próximos meses. O avanço das negociações entre os governos será fundamental para reequilibrar o comércio bilateral”, afirmou Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.
A entidade avaliou ainda que o telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado em 6 de outubro, foi um passo importante para abrir espaço a uma solução negociada e mitigar os efeitos do tarifaço.
“O comércio Brasil-EUA é sustentado por uma ampla rede de empresas e investimentos. Esperamos que o diálogo entre os presidentes devolva previsibilidade e preserve os fluxos comerciais”, completou Neto.
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Setores mais afetados e desempenho da indústria
Apesar da queda recente, os produtos industriais brasileiros exportados aos EUA atingiram recorde de US$ 23,3 bilhões entre janeiro e setembro, alta de 0,4% na comparação anual. O crescimento, porém, mostra sinais de desaceleração.
Os Estados Unidos seguem como principal destino das exportações da indústria brasileira, com 16,2% do total, à frente do Mercosul (US$ 17,9 bilhões) e da União Europeia (US$ 16,8 bilhões).
No acumulado do ano, os produtos com sobretaxa ainda registram leve avanço, já que as tarifas começaram a valer apenas em agosto.
Já os itens da seção 232, afetados por tarifas anteriores, tiveram queda de 7,2%, enquanto os sem sobretaxa recuaram 7,8%, principalmente por causa da menor compra de petróleo e celulose pelos americanos.
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Importações dos EUA sobem e ampliam superávit
Enquanto as exportações brasileiras recuam, as importações de produtos americanos cresceram 11,8% no acumulado do ano. Com isso, o superávit comercial dos EUA com o Brasil chegou a US$ 5,1 bilhões, quatro vezes maior que o registrado em 2024.
A Amcham alerta que a manutenção das tarifas em níveis elevados pode reduzir o volume total do comércio bilateral, que somou US$ 63,5 bilhões até setembro, mas já mostra sinais de desaceleração.