Os preços da indústria brasileira caíram 0,20% em agosto — em julho a queda foi de 0,31% —, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP) divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa foi a sétima queda consecutiva, após 12 meses seguidos de alta entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025.
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Com o resultado, o IPP acumula alta de 0,48% em 12 meses e queda de 3,62% no ano. O indicador mede a variação dos preços de produtos “na porta de fábrica”, ou seja, antes da incidência de impostos e fretes.
Queda nos preços de alimentos e químicos puxa o índice
Em agosto, 12 das 24 atividades industriais pesquisadas registraram recuo nos preços. As maiores quedas vieram de perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%), madeira (-1,59%), equipamentos eletrônicos (-1,59%) e papel e celulose (-1,42%).
Os principais impactos sobre o resultado geral vieram de alimentos (-0,11 p.p.), outros produtos químicos (-0,08 p.p.), indústrias extrativas (-0,06 p.p.) e papel e celulose (-0,04 p.p.).
Segundo Alexandre Brandão, gerente do IPP, a queda nos preços de alimentos está ligada à safra favorável e à redução da demanda interna. “O movimento dos preços reflete fatores sazonais. No caso de alimentos, a safra explica boa parte da redução, com açúcar, soja e arroz entre as principais influências”, disse.
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O setor de alimentos teve queda de 0,44%, a sétima no ano. No acumulado de 2025, os preços do setor caíram 7,55%. Já o setor de produtos químicos registrou retração de 0,26% no ano, revertendo o sinal positivo observado até julho.
As indústrias extrativas, que incluem petróleo e minério de ferro, recuaram 1,39%, influenciadas pela queda nos preços internacionais do petróleo. No acumulado do ano, o setor registra retração de 13,99%, a mais intensa desde 2015.
Produção da indústria cresce em nove dos 15 estados pesquisados
Paralelamente, a produção industrial brasileira avançou 0,8% em agosto, na comparação com julho, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional). Nove dos 15 locais pesquisados registraram alta, com destaque para Pará (5,4%), Bahia (4,9%) e Paraná (4,2%).
O avanço interrompeu dois meses seguidos de queda no Pará e compensou as retrações registradas no mês anterior na Bahia e no Paraná. Em São Paulo, maior polo industrial do país, a produção cresceu 0,8%, alcançando o segundo mês positivo consecutivo e ficando 0,5% acima do nível pré-pandemia.