Os investidores que possuem criptomoedas na carteira têm, em média, o patrimônio de R$ 521,9 mil, o que é três vezes mais do que os investidores tradicionais no Brasil, segundo levantamento da Altside, consultoria de investimentos especializada no mercado cripto.
Além disso, um em cada quatro investidores em criptoativos acumulam patrimônio superior a R$ 1 milhão. O levantamento realizado em 2025 ouviu 2.440 investidores brasileiros, reunindo dados de patrimônio, comportamento de alocação, perfil de risco, uso de ferramentas, distribuição geográfica e preferências em criptos.
- Já sabe se o FGC garante os seus investimentos até o fim? Esse eBook gratuito explica de uma vez por todas
“O mito de que cripto é terreno para amadores já ficou para trás. Hoje, vemos investidores maduros e capitalizados tratando ativos digitais como parte essencial de uma estratégia de proteção patrimonial e diversificação, ao lado de investimentos tradicionais. O levantamento mostra, por exemplo, que quase metade se declara de perfil moderado, o que sinaliza uma postura muito mais estratégica do que especulativa”, afirma Felipe Mendes, CEO da Altside.
Investidores cripto buscam ativos seguros
A pesquisa mostra também uma forte preocupação com segurança digital: 54,2% dos investidores optam pela autocustódia, modelo em que o próprio usuário cria sua carteira, guarda as chaves de acesso e gerencia diretamente seus ativos, de forma semelhante ao que um banco faria, mas individualmente.
Já em relação à institucionalização do mercado, o cenário global tem sido marcado pelo lançamento dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos e pela entrada de grandes gestoras como BlackRock e Fidelity, que oferecem alternativas de investimento com custódia centralizada. Além disso, 19% dos investidores utilizam staking e 17,5% investem em stablecoins com rendimento.
- Temos 46 vagas restantes para quem quer lucrar com operações de café do Portal das Commodities — clique aqui e veja como aplicar na prática.
O levantamento indica ainda que os investidores brasileiros mantêm, em média, seis criptoativos em carteira. Além do Bitcoin, que segue como ativo predominante (84,9% dos respondentes), se destacam: Ethereum (65,6%), Solana (50,8%), Tether/USDT (26,4%) e XRP (24,8%).
Esse comportamento reflete uma busca por diversificação no próprio mercado digital, mostrando que o investidor nacional não se limita a concentrar seus recursos em um único ativo.
Os investidores de alta renda se concentram majoritariamente no Sudeste (57,6%), sendo que São Paulo responde por 31,3% do total, seguido de Minas Gerais, com 12,7%, e Rio de Janeiro, com 11,9%. Já o Sul representa 18,1% da base; o Nordeste 12%; o Centro-Oeste 7,9%; e o Norte 4,4%.
Brasileiros de olho na aposentadoria
Esse movimento não se explica apenas pela entrada de grandes gestoras ou pela aprovação dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos. Um dos fatores que mais chama a atenção é a relação direta com a aposentadoria.
- Reduza a conta de energia sem obras nem investimentos. Levantamento gratuito mostra quanto você pode economizar no mercado livre de energia
Em entrevista ao Monitor do Mercado em setembro, durante a Ethereum Brasil, o CEO da Altside afirmou que, com o amadurecimento dos investidores do setor, a busca deixou de ser voltada somente para ganhos rápidos, mas sim para o longo prazo.
“Investidores na faixa dos 40 aos 70 anos estão buscando em cripto um atalho para aposentadoria, pois percebem que não conseguirão manter o mesmo padrão de vida apenas com a previdência tradicional”, explicou. O risco, porém, está em assumir exposições maiores do que sua capacidade em ativos considerados de risco, o que pode comprometer um patrimônio que levou décadas para ser formado.