O BTG Pactual acredita que o novo modelo de crédito imobiliário anunciado pelo Banco Central na última sexta-feira (10) deve trazer alívio para as construtoras voltadas à classe média e alta renda.
Em relatório divulgado na manhã desta segunda-feira (13), o banco projeta que as medidas podem liberar até R$ 52 bilhões em crédito nos próximos anos — sendo R$ 37 bilhões de forma imediata —, melhorando a atratividade da poupança e o acesso ao financiamento habitacional.
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Novo modelo de crédito imobiliário deve destravar acesso ao setor
No documento, os analistas Gustavo Cambauva e Gustavo Fabris avaliam que as mudanças no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), representam um passo importante para reativar o crédito imobiliário de média renda — segmento que enfrenta maior restrição de financiamento desde o início da alta da Selic.
As alterações ocorrem em meio a um cenário de forte saída de recursos da poupança, que acumula R$ 60 bilhões em retiradas neste ano, reduzindo a capacidade dos bancos de oferecer crédito imobiliário e encarecendo os financiamentos para quem busca imóveis fora do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
De acordo com o novo modelo, a reserva compulsória dos bancos sobre os depósitos da poupança cairá de 20% para 15% imediatamente, e será gradualmente reduzida até zerar em 10 anos.
A obrigação de aplicar 65% desses depósitos em crédito habitacional também será eliminada de forma progressiva, permitindo que as instituições usem instrumentos alternativos, como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas) e LHs (Letras Hipotecárias), para cumprir as metas de financiamento.
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Medidas favorecem famílias de média renda e construtoras
O relatório destaca que o limite de valor dos imóveis financiáveis no SFH (Sistema Financeiro da Habitação) foi ampliado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, com juros limitados a 12% ao ano.
Essa mudança, segundo o BTG, deve estimular a demanda por imóveis de padrão médio, faixa de mercado mais atendida por construtoras como Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), MRV (MRVE3) e Cyrela (CYRE3).
Além disso, os empréstimos com prazos acima de 30 anos continuarão a ser elegíveis para o cálculo de exigibilidade por até cinco anos, enquanto imóveis abaixo de R$ 1 milhão terão prazo de sete anos e os empréstimos para construção, dois anos.
A expectativa é de que o novo modelo aumente a previsibilidade e o acesso ao crédito em um momento de custos ainda elevados e margem de lucro mais apertada no setor.
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Efeito limitado no curto prazo, mas estruturalmente positivo
Apesar do potencial de liberação de até R$ 52 bilhões, o BTG pondera que a maioria dos bancos já destina mais de 65% da poupança ao crédito imobiliário, o que limita o impacto imediato da medida.
Ainda assim, os analistas afirmam que a mudança melhora estruturalmente o sistema, tornando a poupança uma fonte de financiamento mais eficiente e sustentável.
Para o BTG, as novas regras reforçam o crédito imobiliário voltado à classe média, o que tende a beneficiar as construtoras com portfólio mais exposto a esse público. O banco considera o movimento positivo para o setor, especialmente em um ambiente de crédito restrito e incerteza fiscal.









