O mercado de trabalho brasileiro começa a mostrar sinais iniciais de enfraquecimento em três setores da economia, segundo estudo do Departamento de Pesquisa Econômica (DPEc) do Banco Daycoval.
O levantamento publicado nesta quarta-feira (15) indica que, após um longo período de alta demanda por mão de obra, alguns segmentos passaram a registrar “baixa demanda” — quando tanto os salários quanto a ocupação ficam abaixo da tendência histórica.
Apesar da moderação nos empregos, o Daycoval ressalta que fatores como o pagamento de precatórios e estímulos setoriais podem dar suporte à atividade e adiar uma desaceleração mais forte.
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Setores em desaceleração
De acordo com o relatório, os setores de indústria, comércio e alojamento e alimentação já operam com menor demanda por trabalho. Esses setores foram os mais impactados pelos efeitos da política monetária restritiva, que elevou o custo do crédito e reduziu o ritmo da atividade econômica.

A equipe do Daycoval explica que o mercado passou por três fases recentes:
- forte demanda até o início de 2024
- escassez de mão de obra entre o fim de 2024 e meados de 2025
- e agora o início de uma desaceleração, com parte dos setores reduzindo contratações.
Juros altos começam a pesar sobre o mercado de trabalho
O estudo aponta que a transição para um cenário de menor demanda por trabalho está alinhada ao ciclo de alta dos juros, iniciado no final de 2024.
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Essa defasagem entre atividade econômica e mercado de trabalho é comum, já que as contratações costumam reagir com atraso ao desaquecimento da economia.
Por outro lado, setores como agropecuária e construção civil seguem enfrentando escassez de mão de obra. O agro ainda se beneficia do recorde de produção de grãos em 2025, enquanto a construção lida com a falta de trabalhadores qualificados. Já a administração pública segue aquecida, sustentada por reajustes salariais.
Rendimento perde força
Os dados de rendimento médio habitacional (RMH) real mostram desaceleração nos ganhos salariais desde o início de 2024.
O hiato entre o RMH e sua tendência sugere que o impulso de renda observado nos anos anteriores perdeu tração, enquanto a ocupação segue estável, o que normalmente antecede uma virada no ciclo do trabalho.
O relatório destaca ainda que, caso a tendência de baixa demanda se espalhe para mais setores, os salários devem crescer em linha com a média histórica e o ritmo de contratações tende a diminuir nos próximos trimestres.
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