A Petrobras (PETR4) recebeu nesta segunda-feira (20) a licença de operação do Ibama para perfurar um poço exploratório em águas profundas do Amapá, na Margem Equatorial brasileira.
O poço Morpho, localizado no bloco FZA-M-059, fica a cerca de 500 quilômetros da foz do rio Amazonas e 175 quilômetros da costa. A perfuração será iniciada imediatamente e deve durar cerca de cinco meses.
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O objetivo é coletar informações geológicas para avaliar a presença de petróleo e gás em escala econômica. Nesta fase, não há produção de petróleo.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a autorização é resultado de um processo de quase cinco anos de diálogo com órgãos ambientais e governos locais. Segundo ela, a companhia comprovou a robustez da estrutura de proteção ambiental preparada para as operações na região.
Licença para a Petrobras foi concedida após avaliação ambiental rigorosa
O Ibama informou que a licença (nº 1.684/2025) foi emitida após um processo detalhado de licenciamento, que incluiu estudo de impacto ambiental (EIA/Rima), três audiências públicas e 65 reuniões técnicas em mais de 20 municípios do Pará e do Amapá.
Antes da liberação, a Petrobras realizou uma Avaliação Pré-Operacional (APO), envolvendo mais de 400 pessoas, para simular respostas a emergências ambientais.
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O órgão ambiental exigiu aprimoramentos no plano de resposta, incluindo a criação de um novo Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) em Oiapoque (AP) e o uso de embarcações especializadas no atendimento à fauna.
Mesmo após o início da perfuração, o Ibama informou que fará um novo exercício simulado com foco no atendimento à fauna local.
Potencial da Margem Equatorial
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) comemorou a emissão da licença e defendeu que a eventual produção na região ajude a financiar a transição energética. A entidade estima que, se confirmada a presença de petróleo, a Petrobras poderá começar a produzir na área em cinco ou seis anos.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) também avaliou positivamente a decisão, destacando o potencial da Margem Equatorial, estimado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 30 bilhões de barris de óleo equivalente.
Segundo o IBP, a exploração pode gerar empregos, royalties e tributos que fortalecerão as políticas públicas e a segurança energética do país.
Estatal anunciou redução no preço da gasolina
No mesmo dia, a Petrobras anunciou redução de R$ 0,14 por litro no preço da gasolina (-4,9%), passando de R$ 2,85 para R$ 2,71 o litro nas distribuidoras.
De acordo com o Citi, a medida pode reduzir o Ebitda da estatal em cerca de US$ 610 milhões no ano, considerando o volume de vendas dos últimos 12 meses. O banco avaliou que, mesmo após o corte, os preços internos ainda permanecem acima do preço de paridade internacional (PPI).
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Os analistas do Citi — Gabriel Barra, Pedro Gama e Andrés Cardona — afirmaram que a Petrobras manteve uma postura conservadora e pode anunciar novas reduções se o preço do petróleo continuar baixo.
Eles destacaram que um possível corte futuro pode compensar o aumento de R$ 0,10 no imposto estadual sobre a gasolina, previsto para o início de 2026.
Para as distribuidoras Vibra (VBBR3), Raízen (RAIZ4) e Ultrapar (UGPA3), o Citi avalia que o movimento é marginalmente positivo, pois reduz a competitividade dos pequenos players.
No curto prazo, porém, o impacto sobre as margens Ebitda do quarto trimestre pode ser negativo, compensado por menor necessidade de capital de giro.









