O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou a semana passada em alta de 1,93%, aos 143.399 pontos, impulsionado pelo alívio no exterior e agora observa a possibilidade de novos cortes de juros nos Estados Unidos e o início do ciclo de reduções no Brasil, para traçar novos caminhos.
Do lado oposto, o dólar caiu para R$ 5,40, acumulando queda de 2% na semana. A moeda norte-americana realizou lucros nos últimos dias, após passar por um forte rali na semana anterior, quando avançou mais de 3%.
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No novo episódio do podcast Perspectivas da Semana, Sergio Ricciardi, sócio da Wiser | BTG Pactual, avaliou que o movimento reflete um cenário global mais favorável a ativos de risco, com as taxas futuras de juros em queda e indicadores econômicos positivos vindos da China.
Confira a análise na íntegra abaixo:
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Bolsas em recuperação e dólar mais fraco
O índice americano S&P 500 avançou 1,7% na semana, aproximando-se das máximas históricas, enquanto o índice de fundos imobiliários (IFIX) ficou estável em 3.578 pontos. No Brasil, os contratos futuros de juros (DI) para 2035 recuaram 0,43%, sendo negociados a 13,75%.
Ricciardi lembrou que o dólar vem mostrando fraqueza ao longo do ano. A moeda americana chegou a superar R$ 6,20 no fim de 2024, mas agora opera próxima de R$ 5,30.
Segundo ele, períodos eleitorais tendem a aumentar a volatilidade cambial, o que pode abrir oportunidades para dolarização de parte das carteiras de investimento.
Expectativa de corte no Fed
As taxas dos Treasuries, os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, também recuaram. O rendimento dos papéis de dez anos caiu para 4,01%. O mercado já precifica probabilidade de 99,9% de que o Federal Reserve corte 0,25 ponto percentual na próxima reunião, marcada para 29 de outubro.
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Esse movimento, explicou Ricciardi, reforça o cenário de juros mais baixos até o fim de 2025. O mercado projeta que o Fed leve a taxa básica americana para a faixa entre 2,75% e 3% até setembro do próximo ano.
China surpreende e ouro dispara
Dados divulgados na China mostraram crescimento acima das expectativas no PIB, na produção industrial e na taxa de emprego, indicando que o país segue mantendo ritmo de atividade.
Ricciardi observou que, apesar das incertezas ligadas à guerra comercial entre Estados Unidos e China, o impacto tem sido limitado. Segundo ele, parte das exportações chinesas está sendo redirecionada para o México, que depois reexporta para o mercado americano.
Outro destaque foi o comportamento do ouro, que continuou em alta mesmo com a queda dos juros. O metal é considerado uma proteção (“hedge”) contra a inflação e tende a subir em momentos de incerteza fiscal ou monetária.
Nesta segunda, a commodity fechou em forte alta, com o contrato para dezembro avançando 3,46% na Comex, cotado a US$ 4.359,40 por onça-troy.
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Agenda da semana
Ricciardi destacou ainda que a semana será marcada por discursos de dirigentes do Banco Central Europeu e por uma série de divulgações de dados econômicos.
A maioria dos dados mais relevantes são aguardados para sexta-feira, com destaque para: inflação ao consumidor (CPI) e o PMI (atividade industrial) nos Estados Unidos, enquanto no Brasil, sai a prévia da inflação (IPCA-15).
Esses dados devem ajudar a calibrar as apostas para a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que, segundo Ricciardi, tem espaço para continuar cortando juros, caso o cenário internacional permaneça favorável.









