Das 10 maiores empresas do Brasil, 5 são bancos. Segundo levantamento do Monitor do Mercado, entre as 10 maiores economias do mundo, esse nível de concentração é superado apenas pelo Canadá, onde 7 das 10 maiores companhias também pertencem ao setor financeiro, incluindo bancos de varejo, digitais e de investimento e gestoras de fundos.
Nos Estados Unidos e na França, em contraste, não há nenhum banco ou financeira entre as dez maiores empresas. Em países como China, Índia e Itália, o peso do setor financeiro é expressivo, mas bem menor — entre 30% e 40%.

Fonte: Monitor do Mercado, com base nas 10 maiores empresas por valor de mercado (dados de outubro de 2025)
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Conheça os bancos que dominam o topo no Brasil
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Um retrato do capital: o que a concentração dos bancos revela
A presença de tantos bancos no topo da hierarquia corporativa mostra onde o capital realmente se acumula e como a economia se estrutura. Enquanto economias desenvolvidas tendem a ver empresas de tecnologia, indústria e energia dominando o topo do mercado, o Brasil e o Canadá ainda refletem uma força financeira concentrada, com grandes intermediadores capturando boa parte do valor.
Essa configuração não é necessariamente negativa, mas indica uma economia mais voltada à intermediação de riqueza do que à geração de novos setores produtivos.
Para analistas, a predominância bancária pode ser sintoma de baixa diversificação e fraca difusão de inovação, já que o sistema financeiro, embora sofisticado, tende a realocar capital dentro do próprio setor em vez de irrigar empreendimentos inovadores.
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O alerta das “baratas” e o risco do crédito privado
A discussão sobre o papel dos bancos ganha força num momento em que o crédito privado global volta ao radar de risco. Na última semana, o CEO do J.P. Morgan Chase, Jamie Dimon, comparou a atual onda de calotes no mercado americano a uma infestação de “baratas” — “onde há uma, provavelmente há mais”, disse o banqueiro durante teleconferência com analistas.
O alerta veio após as falências da Tricolor Holdings (financiadora de veículos) e da First Brands Group (autopeças), que expuseram fragilidades de empresas endividadas demais em meio à desaceleração da economia americana.
Dimon reconheceu que o crédito privado pode gerar “perdas acima do normal” caso o ciclo de aperto monetário se prolongue.
Nos EUA, esse mercado já soma US$ 1,7 trilhão. No Brasil, embora ainda pequeno, o crédito privado vem crescendo rapidamente, com operações que somam US$ 10,4 bilhões (dados da Moody’s) e 70% concentrados em solo brasileiro.
O movimento tem sido visto como alternativa ao crédito público e aos bancos tradicionais — um caminho de descentralização saudável, mas que também exige governança e prudência.
Em um país onde metade das maiores empresas pertence ao setor financeiro, o avanço desse tipo de crédito fora do sistema bancário tradicional pode funcionar como válvula de escape — ou como amplificador de risco.
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Metodologia
O levantamento foi realizado pelo Monitor do Mercado com base nas 10 maiores empresas por valor de mercado nas 10 maiors economias do mundo, de acordo com o PIB (EUA, China, Alemanha, Japão, Índia, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Brasil).
Foram consideradas instituições bancárias e grupos de crédito/investimento, excluindo seguradoras, resseguradoras e holdings não financeiras.
Os dados refletem a composição de mercado em outubro de 2025, com informações públicas de capitalização e classificação setorial.









