A Embraer (EMBR3) encerrou o terceiro trimestre com a maior carteira de pedidos de sua história, totalizando US$ 31,3 bilhões (cerca de R$ 168,4 bilhões). Esse recorde, que representa um crescimento de 38% em relação ao mesmo período do ano passado, foi impulsionado pela forte demanda por jatos comerciais e executivos, além da expansão de contratos de defesa e serviços.
O resultado, divulgado nesta terça-feira (21), reflete a estratégia de reposicionamento global da Embraer, com novos acordos nos Estados Unidos, Coreia do Sul e Índia, e parcerias com companhias aéreas como Latam e Avelo Airlines, que reforçam a competitividade da fabricante brasileira em um mercado ainda impactado por gargalos nas entregas de Airbus e Boeing.
Às 14h38 (horário de Brasília), as ações EMBR3 subiam 3,9%, negociadas a R$ 84,67 na B3.
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Aviação executiva lidera encomendas da Embraer
O segmento de aviação executiva apresentou o maior avanço percentual entre as divisões da Embraer, com alta de 65% na comparação anual e uma carteira total de US$ 7,3 bilhões.
A companhia também entregou seu jato executivo de número 2.000, consolidando sua presença global no mercado de alto padrão.
Nos segmentos de serviços e suporte, a carteira chegou a US$ 4,9 bilhões, crescimento de 40% em um ano, reflexo da expansão de contratos de manutenção e da nova estrutura da Embraer em serviços pós-venda, que reforça a rentabilidade de longo prazo.
Aviação comercial atinge maior carteira em nove anos
A divisão de aviação comercial segue como o principal motor da Embraer, com uma carteira de US$ 15,2 bilhões, a maior em nove anos. O montante representa um avanço de 37% na comparação anual e de 16% frente ao trimestre anterior.
Entre os contratos que sustentam o resultado, estão o acordo com a Avelo Airlines, que pode chegar a US$ 8,8 bilhões para até 100 aeronaves do modelo E195-E2, com 50 unidades firmes, avaliadas em US$ 4,4 bilhões, e entregas previstas a partir do primeiro semestre de 2027.
A Latam Airlines também fechou pedido de até 74 jatos E195-E2, avaliados em US$ 2,1 bilhões, com foco em expandir a conectividade regional na América do Sul.
O contrato marca um movimento raro de compra de aeronaves Embraer por uma companhia aérea brasileira, já que no país apenas a Azul opera atualmente jatos da fabricante.
Divisão de defesa cresce com alianças estratégicas
A divisão de Defesa e Segurança totalizou uma carteira de US$ 3,9 bilhões, impulsionada por novas entregas e parcerias internacionais. No trimestre, a Embraer entregou um KC-390 Millennium à Força Aérea Portuguesa e vendeu cinco unidades do A-29 Super Tucano para o Panamá e a SNC (empresa americana especializada em defesa).
Essas vendas fortalecem a posição do KC-390, o cargueiro militar de maior sucesso da companhia, em programas internacionais. O modelo é cotado em licitações nos Estados Unidos e na Índia, e já foi escolhido pela Coreia do Sul em 2023.
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Nesta terça-feira (21), a Embraer anunciou um acordo com a Administração do Programa de Aquisição de Defesa (DAPA) da Coreia do Sul para fortalecer a cooperação e desenvolver novos negócios no setor de defesa sul-coreano.
Segundo o comunicado, a parceria prevê o apoio ativo à inserção de empresas coreanas na cadeia global de suprimentos e à expansão das exportações de produtos de defesa da Coreia. Em setembro, a Embraer e a Agência de Promoção de Comércio e Investimento da Coreia (KOTRA) realizaram seminários e visitas técnicas para identificar novas áreas de colaboração.
Na Índia, a empresa abrirá um escritório em Nova Delhi e firmou acordo com o grupo Mahindra, com o objetivo de disputar contratos de fornecimento de aeronaves militares — também com foco no KC-390.
Investimento bilionário nos EUA busca reduzir tarifas
A Embraer segue em negociação com o governo americano para reverter a tarifa de 10% imposta ainda durante a gestão de Donald Trump sobre produtos exportados aos Estados Unidos.
Como contrapartida, a empresa apresentou um pacote de negócios que pode chegar a US$ 21 bilhões até 2030, incluindo investimentos diretos de US$ 1 bilhão no país.
Entre os planos, está a produção do KC-390 em território americano, com investimento estimado em US$ 500 milhões, condicionada à escolha da aeronave pela Força Aérea dos EUA para substituir o cargueiro Hércules. O projeto poderia gerar 2.500 empregos.
Outro aporte de US$ 500 milhões será destinado à modernização da fábrica da Flórida, responsável pelos jatos executivos Phenom e Praetor. Atualmente, 70% da produção desses modelos é vendida para o mercado norte-americano.
Embraer terá nova base de manutenção no Texas
Em outubro, a Embraer iniciou a construção de uma nova unidade de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO) no Aeroporto Perot Field Alliance, em Fort Worth (Texas).
O investimento é de US$ 70 milhões, e a inauguração está prevista para 2027. O novo hangar aumentará em 53% a capacidade de atendimento de E-Jets nos Estados Unidos, além de gerar 250 novos empregos.
O crescimento da área de Serviços e Suporte reforça a estratégia da empresa de garantir receita recorrente e reduzir a exposição à volatilidade de novas encomendas.
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Embraer recebe apoio do BNDES com foco na exportação
Na semana passada, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 1,7 bilhão em financiamento para a exportação de 13 aeronaves E-175 à americana SkyWest Airlines.
O modelo comporta até 88 passageiros e é voltado ao mercado regional dos Estados Unidos, o principal destino das exportações da Embraer.









