O mercado de stablecoins no Brasil já movimentou R$ 74 bilhões em 2025, R$ 21 bilhões a mais do volume movimentado em 2024, segundo dados da Biscoint.
A alta ocorre em meio à alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para transações de câmbio, que passou de 1,1% para 3,5% em compras internacionais com cartão, moeda em espécie e remessas ao exterior, conforme mostrou reportagem da Folha de S. Paulo.
Como criptoativos não são classificados como operações cambiais pela legislação atual, as transações com stablecoins seguem isentas do IOF, o que vem atraindo brasileiros que buscam alternativas mais baratas para gastos e envios de recursos fora do país.
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Cleverson Pereira, head educacional da OnilX, exchange brasileira especializada em soluções de pagamento com ativos digitais, também atrela o crescimento ao maior familiaridade do público com criptoativos e da ampliação do acesso a plataformas digitais.
“O uso das stablecoins, especialmente as atreladas ao dólar, está somente no início de sua curva de ascensão global. À medida que sua praticidade e alcance se tornam mais evidentes, a adoção tende a crescer de forma exponencial nos próximos anos”, afirma.
Brasil concentra 77% dos stablecoins na América Latina
Entre julho de 2024 e junho de 2025, o volume total de criptoativos movimentados no Brasil foi de cerca de US$ 319 bilhões, segundo a Chainalysis. Desse total, 90% envolveram stablecoins. O Banco Central estima proporção semelhante e aponta que o Brasil responde por 77% da atividade cripto na América Latina.
Em 2025, o USDT (Tether) foi o ativo mais negociado em reais, com cerca de US$ 6 bilhões em volume, seguido pelo bitcoin, com US$ 3,4 bilhões, segundo dados da Kaiko.
O volume de negociação em reais da Tether (USDT) aumentou 78% entre 2024 e 2025, de acordo com a Biscoint. Já dados do Bitybank mostram que o volume transacionado de stablecoins atreladas ao dólar cresceu 36% entre junho e julho de 2025.
Regulação e tributação em andamento
O Banco Central deve apresentar ainda em 2025 uma regulação específica para stablecoins, após consulta pública que discute temas como transferências para carteiras próprias e uso de moedas emitidas no exterior.
No Congresso, o Projeto de Lei 4.308/2024 propõe regras para emissores e monitoramento contra lavagem de dinheiro. O texto também debate a proibição de stablecoins algorítmicas.
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Do ponto de vista tributário, o IOF não incide diretamente sobre transações com cripto, o que torna as stablecoins alternativas mais vantajosas em remessas e viagens internacionais, dependendo da operação.
Já a Receita Federal mantém a exigência de declaração mensal para movimentações acima de R$ 30 mil em exchanges estrangeiras, conforme a Instrução Normativa 1.888/2019.









