A Neoenergia (NEOE3) registrou lucro líquido de R$ 924 milhões no terceiro trimestre, alta de 10% na comparação anual. No acumulado do ano, o lucro chega a R$ 3,56 bilhões, avanço de 28% frente aos nove primeiros meses do ano passado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 3,38 bilhões entre julho e setembro, crescimento de 14% na comparação anual.
A receita líquida somou R$ 12,97 bilhões, 10% superior ao resultado de um ano antes. A alavancagem financeira subiu levemente, de 3,46 para 3,52 vezes a relação dívida líquida/Ebitda.
Apesar dos números considerados positivos por analistas do mercado, os papéis NEOE3 reverteram a alta de 3% do início do pregão — que levaram a companhia a leilão por oscilação máxima permitida — e caem 0,63%, aos R$ 28,22.
Distribuição impulsiona resultado da Neoenergia
Segundo a companhia, o desempenho foi impulsionado por reajustes tarifários e ganhos de eficiência nas distribuidoras. O Ebitda do segmento de distribuição chegou a R$ 2,29 bilhões, alta de 11% sobre o mesmo trimestre de 2024.
As unidades da Elektro, Cosern e CEB apresentaram resultados acima das expectativas, enquanto a Celpe teve desempenho abaixo do previsto.
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O banco BTG Pactual avaliou que o resultado foi sólido e ficou em linha com as projeções, com Ebitda ajustado de R$ 2,77 bilhões, avanço de 11% ano a ano. O Citi também classificou o desempenho como positivo, destacando a melhora operacional, a desalavancagem gradual e o potencial para aumento de dividendos.
Curtailment e investimentos em transmissão
A Neoenergia informou que o corte de geração renovável (curtailment) — redução temporária da produção de energia por questões sistêmicas — afetou 8% da geração eólica e solar no trimestre. As perdas somaram R$ 40 milhões no período e R$ 70 milhões no acumulado do ano.
O presidente da companhia, Eduardo Capelastegui, afirmou esperar que o tema seja incluído na Medida Provisória 1.304, que trata do teto da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e de ajustes no setor elétrico.
Segundo ele, a Neoenergia foi menos impactada que seus pares e segue acompanhando a tramitação da proposta, que precisa ser votada até 7 de novembro.
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Capelastegui também confirmou que a empresa está concluindo seu ciclo de investimentos em transmissão, iniciado em 2017. Os últimos trechos, com evolução física acima de 95%, devem ser energizados até dezembro, adicionando R$ 900 milhões à Receita Anual Permitida (RAP).
Revisão da política de dividendos
O executivo afirmou ainda que a Neoenergia deve revisar sua política de dividendos a partir de 2026, após a conclusão do ciclo de investimentos e a redução gradual da dívida. “Esperamos discutir o tema com o Conselho no segundo semestre de 2026”, disse.
A velocidade da desalavancagem dependerá do ritmo de desinvestimentos em ativos de transmissão, em parceria com o fundo soberano de Cingapura (GIC). O fundo possui 50% de participação em nove projetos e tem direito de oferta em outros sete, que somam R$ 1,2 bilhão em RAP.









