A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em setembro, menor nível da série histórica iniciada em 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta sexta-feira (31).
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o desemprego recuou 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e 0,8 ponto ante o mesmo período de 2024.
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O total de desempregados caiu para 6,045 milhões de pessoas, o menor número já registrado, refletindo a força do mercado de trabalho.
Recorde de trabalhadores com carteira assinada
O país registrou novo recorde de empregados com carteira assinada no setor privado, com 39,229 milhões de trabalhadores — alta de 2,7% em um ano, o que representa 1 milhão de pessoas a mais.
A taxa de informalidade permaneceu em 37,8%, estável no trimestre e abaixo dos 38,8% observados um ano antes. O número de trabalhadores informais somou 38,7 milhões, enquanto os empregados sem carteira totalizaram 13,5 milhões, recuo de 4% em 12 meses.
Setores que mais cresceram
Entre os dez grupamentos de atividade analisados pela Pnad, houve aumento de vagas em agropecuária (+3,4%) e construção (+3,4%), que somaram juntas cerca de 500 mil novos postos de trabalho.
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Por outro lado, houve redução no comércio (-1,4%) e em serviços domésticos (-2,9%). Segundo Adriana Beringuy, coordenadora do IBGE, o movimento reflete “a compensação entre perdas no comércio e ganhos na agropecuária e construção, o que mantém o mercado de trabalho estável e em patamar elevado”.
Massa salarial e rendimento batem recorde
A massa de rendimento real dos trabalhadores atingiu R$ 354,6 bilhões, novo recorde da série histórica, com estabilidade no trimestre e alta de 5,5% em um ano.
O rendimento médio real ficou estável, mas acumula ganho de 4% em 12 meses, impulsionado principalmente pelos setores de construção, agropecuária e serviços públicos, como educação e saúde.
Especialistas veem mercado aquecido, mas estável
Para André Valério, economista sênior do Inter, os dados da Pnad confirmam um mercado de trabalho robusto, com recorde de empregos formais e queda na subutilização.
“A população desocupada está no menor nível da série histórica e a renda em valor recorde. A estabilidade nos últimos meses pode indicar que estamos próximos de um ponto de virada no ciclo de expansão do emprego”, avaliou.
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O economista lembra, no entanto, que a estabilidade pelo terceiro mês consecutivo pode sinalizar maturação do mercado de trabalho, com ritmo de geração de vagas mais moderado à frente.
Para o economista Maykon Douglas, as leituras da Pnad nos últimos meses eram inequivocamente boas, mas as coisas começam a mudar.
“É nítido que a geração de postos de trabalho começa a perder tração […] Porém, o mercado de trabalho permanece apertado e com lenta acomodação. Minha previsão atual é de que a taxa de desemprego encerrará o ano em 5,5%, com ajuste sazonal”, disse Douglas.









