O mercado internacional de commodities agrícolas terminou esta terça-feira (4) em queda, influenciado principalmente pela desvalorização do petróleo e pela ausência da China nas compras de grãos.
Segundo Guto Gioielli, fundador e analista do Portal das Commodities, o excesso de oferta e as condições climáticas desiguais nas principais regiões produtoras também contribuíram para o movimento de correção nos preços da soja, do milho e do café.
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Confira a análise completa:
Petróleo pressiona preços da soja e do milho
O petróleo teve forte desvalorização após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) indicar aumento de produção a partir de dezembro. A queda do petróleo afeta diretamente as commodities agrícolas, já que o insumo é usado na produção e no transporte, influenciando o custo e a demanda por biocombustíveis.
Com isso, o contrato da soja para janeiro recuou após uma sequência de altas recentes. A ausência de compradores chineses no mercado e a ampla oferta de soja na América do Sul e nos Estados Unidos aumentaram a pressão sobre os preços.
O milho seguiu o mesmo movimento. A combinação de petróleo em baixa e falta de demanda da China levou os investidores a realizar lucros, diante de um mercado considerado “encharcado” — ou seja, com excesso de produto disponível.
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Clima irregular afeta plantio no Brasil
No Brasil, o avanço do plantio da soja atingiu 47,1% da área prevista, segundo dados de mercado. A média dos últimos cinco anos para o mesmo período é de 54,7%.
A irregularidade das chuvas tem criado desafios para os produtores: enquanto algumas regiões enfrentam excesso de umidade, outras sofrem com seca, o que atrasa o ritmo da semeadura e pode afetar o calendário de colheita e exportações.
No caso do milho, especialistas apontam que produtores precisam acelerar as vendas para abrir espaço nos armazéns e iniciar o plantio da soja.
Café oscila com monções na Ásia e seca no Brasil
O mercado de café também registrou volatilidade. Os contratos chegaram a subir com previsões de fortes chuvas no Vietnã, um dos principais produtores globais, o que pode atrapalhar a colheita local.
Por outro lado, a falta de chuva em regiões produtoras do Brasil limitou o movimento de queda nos preços. O café robusta teve leve variação positiva, mas encerrou o dia em estabilidade.









