Os riscos climáticos e ambientes ocupam cinco dos dez maiores riscos para o mundo, segundo o Relatório Global de Riscos 2025, do Fórum Econômico Mundial (WEF). A informação foi destacada por Edson Franco, CEO da Zurich Seguros.
Em entrevista ao Canal Valores, Franco afirmou que o tema coloca as seguradoras como protagonistas na gestão preventiva de riscos, já que a atividade principal dessas empresas é justamente o gerenciamento e a precificação de riscos.
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Confira a íntegra:
Estudos recentes indicam o potencial de prejuízos econômicos severos se nada for feito. Um levantamento da Deloitte estima perdas acumuladas de US$ 17 trilhões até 2070 na América do Sul, decorrentes das mudanças climáticas.
No Brasil, dados da Confederação Nacional dos Municípios apontam que desastres ambientais geraram R$ 32 bilhões em perdas entre 2013 e 2024.
Mais de 50% do PIB mundial depende de ecossistemas saudáveis. A América Latina, que concentra cerca de 40% da biodiversidade global, tem papel central nessa equação.
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População e seguradoras entre os mais afetados
Franco destacou três grupos diretamente atingidos por desastres climáticos:
- Populações vulneráveis, incluindo pequenas e médias empresas;
- O Estado, responsável por socorro e reconstrução;
- As seguradoras, que arcam com as indenizações dos prejuízos.
“Fazer a gestão preventiva de riscos climáticos não é apenas o certo, é o inteligente”, afirmou o executivo, ao relacionar sustentabilidade e estabilidade econômica.
Ferramenta Zurich Climate Spotlight
Para enfrentar esses desafios, a Zurich desenvolveu o Climate Spotlight, ferramenta que mapeia riscos climáticos atuais e futuros, permitindo avaliar cenários de aquecimento global de 1,5°C a 2,5°C. O sistema faz parte do programa Zurich Resilience Solutions, voltado à gestão de riscos corporativos e apoio à transição energética.
A ferramenta é usada por companhias como a WEG, que teve 85 localidades analisadas quanto à vulnerabilidade a inundações, secas e outros eventos extremos.
Segundo a Zurich, a solução combina dados históricos, cenários climáticos e inteligência artificial para apoiar clientes em decisões de investimento e mitigação de riscos.
Franco defende a integração de bases de dados públicas e privadas para aprimorar previsões e políticas de adaptação climática. A inteligência artificial, segundo ele, será essencial nesse processo, permitindo maior precisão na modelagem de cenários e na precificação de seguros.
Novas soluções sustentáveis
A Zurich vem ampliando seu portfólio de seguros ligados à energia renovável, cobrindo projetos solares, eólicos e hidrelétricos. A empresa também lançou o seguro AutoEco, voltado a veículos híbridos e elétricos, com compensação de carbono e parcerias com oficinas de “selo verde”, certificadas por práticas ambientais sustentáveis.
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Franco reforça que o seguro está deixando de ser apenas uma ferramenta de indenização e se tornando um serviço de gestão e prevenção de riscos. “A qualidade do resultado das seguradoras é diretamente proporcional à qualidade do risco que elas subscrevem. Prevenir é melhor do que indenizar”, disse.
Pressão fiscal e envelhecimento populacional
Além das mudanças climáticas, o executivo destacou outro fator que pressiona as contas públicas: o envelhecimento populacional. A combinação desses dois elementos, segundo Franco, tende a gerar desafios fiscais crescentes, reforçando a necessidade de investimentos em infraestrutura e resiliência climática.
Sustentabilidade como critério de negócio
Mais de 70% das empresas globais já possuem planos para zerar emissões de carbono, segundo pesquisa da Zurich feita em 2023 com mais de 650 líderes empresariais.
No Brasil, 74% dos executivos afirmaram ver no setor de seguros um parceiro estratégico na transição para uma economia de baixo carbono.









