O mercado de criptomoedas segue em queda após o fim do shutdown (paralisação do governo norte-americano) sancionado na última quarta-feira (12), com destaque para os desempenhos negativos do Bitcoin (BTC) e do Ethereum (ETH).
Um estudo feito pela equipe de pesquisa da gestora suíça 21Shares, ao qual o Monitor do Mercado teve acesso, mostra que a queda expressiva do bitcoin desde o início de outubro (cerca de 21%) pode representar uma quebra no ciclo de volatilidade de quatro anos — a primeira vez na história do ativo.
Segundo os analistas, a institucionalização do Bitcoin e do Ethereum, com compras por parte de governos e instituições financeiras, levou a uma queda menos pronunciada.
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Bitcoin e Ethereum seguem limitados na faixa de preço
Nesta sexta-feira (14), o bitcoin opera em queda 3,86%, aos US$ 95.699,20, enquanto ethereum cai 2,49%, aos US$ 3.171,75. A equipe da 21Shares avalia que ambos ativos permanecem limitados às suas respectivas faixas de preço em meio ao reajuste de meio de ciclo.
Para eles, o Bitcoin tende a ser limitados no intervalo entre US$ 100.000 e US$ 105.000, enquanto o Ethereum se encontra em torno de US$ 3.300 dentro da faixa de US$ 3.100 a US$ 3.500.

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A retração segue a realização de lucros por detentores de longo prazo. No último mês, eles venderam aproximadamente 405.000 BTC (cerca de US$ 40 bilhões), além de reduzirem a alavancagem, o que enfraqueceu o ambiente de alta.
A queda de 21% desde o início de outubro derrubou a capitalização total do mercado de criptomoedas de US$ 3,9 trilhões para US$ 3,1 trilhões, no que parece ser uma consolidação ordenada em vez de uma venda de pânico, segundo os analistas.
O capital migrou para Bitcoin e stablecoins (que atingiram uma máxima histórica de US$ 300 bilhões em oferta). As altcoins tiveram desempenho inferior, mas as avaliações se reajustaram, criando potenciais oportunidades de “comprar na queda”.
Historicamente, quedas semelhantes de 20% durante pausas de meio de ciclo precederam grandes rallies à medida que a liquidez e a confiança retornam.
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Quebra do ciclo de quatro anos
O ciclo atual está mostrando sinais precoces de rompimento com o padrão tradicional de quatro anos do halving.
Os ciclos anteriores eram na maioria impulsionados pelo varejo e vinculados a choques de oferta induzidos pelo halving, mas a adoção institucional, as entradas de ETFs e a acumulação soberana começaram a desacoplar o desempenho do Bitcoin desse padrão rígido.
Como mostrado na imagem abaixo, o comportamento pós-halving do Bitcoin em 2024-2025 (linha azul clara) divergiu acentuadamente de eras passadas, mantendo uma trajetória mais estável apesar de correções menores.

Essa mudança estrutural destaca a maturação do Bitcoin como um ativo macro, influenciado menos pela oferta dos mineradores e mais por políticas, liquidez e balanços institucionais.
Riscos de curto prazo no bitcoin
A média móvel de 50 semanas (~US$ 102.900) permanece sendo a faixa a ser observada. Um fechamento sustentado abaixo dela poderia desencadear um reteste da faixa de US$ 90.000 a US$ 95.000, marcando um breve “inverno cripto” durando meses, não anos.
Ainda assim, a estrutura do mercado atual é mais forte, respaldada pela demanda institucional, progresso regulatório e melhoria das condições macro. Qualquer queda adicional seria provavelmente corretiva, não estrutural.
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Catalisadores para a próxima alta das criptomoedas
Entre os fatores favoráveis e que podem reacender o ímpeto para 2026, segundo a 21Shares, estão:
- Clareza regulatória à medida que a política dos EUA retoma após a paralisação.
- Pipeline de ETFs: mais de 100 ETFs de criptomoedas aguardam aprovação da SEC.
- Acumulação soberana: o BITCOIN Act dos EUA propõe a compra de 1 milhão de BTC, sinalizando alinhamento estratégico.
- Expansão de liquidez: com o aperto quantitativo terminando em dezembro, quase US$ 9 trilhões estacionados em mercados monetários poderiam migrar para ativos de risco.
- O trade de recuperação do Ouro: o rally de 50% do ouro no acumulado do ano poderia prenunciar uma ruptura similar do Bitcoin, como em 2020.









