O preço do combustível parece subir mais rápido que o carro na ladeira. O que muitos motoristas não percebem é que o maior vilão do consumo pode estar no banco do motorista, e não apenas no posto. Para economizar combustível, não basta escolher a gasolina mais barata; é preciso adotar novos hábitos de direção.
Como dirigir para economizar combustível?
O pé direito é o maior inimigo da economia no trânsito urbano. Evite acelerações bruscas e “arrancadas”, pois elas injetam um volume desnecessário de combustível no motor. Procure manter uma velocidade constante sempre que o tráfego permitir, usando o acelerador com suavidade.
Da mesma forma, a frenagem deve ser suave e antecipada. Observe o trânsito à frente e tire o pé do acelerador com antecedência antes de semáforos ou paradas. Isso utiliza o freio-motor, poupa os freios e impede o gasto desnecessário de combustível.

Pneus e manutenção estão em dia?
Poucos hábitos afetam tanto o consumo quanto a pressão dos pneus. Rodar com eles murchos aumenta significativamente o atrito com o solo, o que exige mais força do motor. Verifique a calibragem pelo menos uma vez por semana, sempre com os pneus frios e seguindo o manual.
A manutenção preventiva é crucial para a eficiência energética do veículo. Itens desgastados forçam o motor a trabalhar mais para entregar o mesmo desempenho. O resumo das informações pode ser visualizado na lista a seguir:
- Velas de ignição: Gastas, elas dificultam a queima do combustível.
- Filtros (Ar e Combustível): Sujos, eles restringem o fluxo ideal para o motor.
- Óleo e lubrificação: Componentes vencidos ou inadequados aumentam o atrito interno.
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O peso extra realmente impacta?
Muitos motoristas usam o porta-malas como um depósito permanente de objetos. Cada quilo extra exige mais esforço do motor para mover o carro, especialmente nas subidas e retomadas. Portanto, retire qualquer peso desnecessário do veículo para aliviar a carga.
A aerodinâmica também é importante, principalmente em velocidades mais altas. Vidros abertos em rodovias criam um arrasto que “segura” o carro, forçando o motor a compensar. O mesmo vale para bagageiros de teto, que devem ser removidos quando não estão em uso.
Vilão ou mito?
O ar-condicionado é, de fato, um consumidor direto de potência do motor. Sim, ele aumenta o gasto, especialmente em trânsito urbano pesado ou em subidas íngremes. Use o sistema com moderação se a prioridade absoluta for a economia.
Contudo, o cenário muda completamente dependendo da velocidade. O arrasto aerodinâmico em alta velocidade pode ser pior que o ar-condicionado. Na tabela abaixo, veja a relação entre eficiência e velocidade:
| Situação | Janela Aberta | Ar-Condicionado Ligado |
| Trânsito Urbano (Baixa Vel.) | Mais eficiente | Aumenta o consumo |
| Estrada (Acima de 80 km/h) | Menos eficiente (Arrasto) | Mais eficiente (Menor arrasto) |

Pequenas mudanças
Planejar a rota antes de sair de casa evita trânsito intenso e quilometragem desnecessária. Utilizar aplicativos de trânsito ajuda a encontrar o caminho mais curto ou, mais importante, o mais fluido. Além disso, evite ligar o carro para trajetos muito curtos que podem ser feitos a pé.
A escolha do combustível, se o carro for flex, também exige atenção. Calcule se o etanol (que rende menos quilômetros por litro) compensa pelo preço mais baixo em relação à gasolina. Adotar essas práticas de forma consistente muda o resultado no fim do mês.









