As exportações brasileiras de café registraram forte avanço no início de novembro, superando soja e milho em valor financeiro, segundo dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Nos primeiros cinco dias úteis do mês, o café gerou US$ 524 milhões em receitas — alta de 45,1% em dólar em relação a novembro do ano passado. Em volume, foram embarcadas 175 mil toneladas, contra 285 mil toneladas no mesmo período de 2024.
- Nesta quarta (12), especialistas mostram como evitar as armadilhas da nova tributação de dividendos. Inscreva-se aqui.
Apesar do recuo em volume, o aumento de preço do café garantiu a liderança do produto entre as commodities exportadas, segundo análise de Guto Gioielli, fundador e analista do Portal das Commodities. Confira:
Soja desacelera, mas ainda mostra ritmo elevado
A soja aparece na segunda posição do ranking, com US$ 507 milhões em exportações nos primeiros dias de novembro. O volume embarcado foi de 1,17 milhão de toneladas — cerca de 75% acima da média diária observada há um ano.
A recuperação parcial das exportações ocorre após uma desaceleração em outubro. Segundo o relatório, a China continua priorizando compras no Brasil e já adquiriu mais 12 navios do grão, com entregas previstas até a primeira quinzena de janeiro. O movimento mantém o Brasil como principal fornecedor global até o início da safra norte-americana, em fevereiro.
Milho mantém desempenho firme nas exportações
O milho registrou embarques de 1,14 milhão de toneladas nos primeiros cinco dias úteis de novembro, com receita de US$ 249 milhões. O volume equivale a um avanço de 8,3% no ritmo diário de exportações em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Desde o início de 2024, o Brasil já exportou 29 milhões de toneladas de milho. O setor espera encerrar o ano próximo de 40 milhões, superando o desempenho de 2023. Entre os principais compradores estão Irã, Egito, Vietnã e China.
- A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.
Carne bovina deve superar recorde de 2024
As exportações de carne bovina também seguem em alta. De janeiro a outubro de 2025, o Brasil embarcou 2,19 milhões de toneladas — número que deve ultrapassar o recorde de 2,25 milhões atingido no ano passado.
A China continua sendo o principal destino, com 1,3 milhão de toneladas importadas, seguida pelos Estados Unidos, com 181 mil toneladas. Analistas avaliam que, mesmo com restrições pontuais impostas por Pequim, o ritmo de exportações se mantém firme, sustentando o setor.
Apesar do bom desempenho das exportações, o boi gordo apresentou volatilidade na B3 (Bolsa de Valores brasileira). O contrato futuro registrou correção após rumores sobre cotas de importação chinesas e ajustes de preços na Argentina.
Especialistas explicam que a eventual desaceleração das compras chinesas poderia impactar o mercado interno, que permanece com demanda fraca. Ainda assim, a oferta controlada de animais tende a sustentar os preços no médio prazo.









