O mercado brasileiro de ETFs (Exchange Traded Funds) atingiu sua maturidade em 2025, segundo o relatório anual do setor divulgado pela B3. Na visão da companhia, a indústria que já possui mais de 800 mil investidores passa por um momento de “sofisticação acessível”.
O documento apresentado durante o ETF Day Brasília, nesta quarta-feira (12), aponta que o segmento deixou de ser um mero replicador de índices e além de ser um ambiente sofisticado, passou a estar globalmente integrado, marcando o início da “Nova Era dos Investimentos no Brasil”.
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Para a Bolsa brasileira, o ponto mais estratégico do ano foi o avanço na internacionalização, com o Brasil assumindo um papel protagonista na integração financeira global.
Além disso, a evolução do investidor brasileiro passa pela mudança na oferta de produtos, que começou a olhar os ETFs como a base de uma carteira, e não apenas como uma tendência.
Conexão de ETFs entre Brasil e China
Um dos movimentos mais significativos para a integração global foi o lançamento do ETF Connect Brasil-China em maio de 2025.
Este programa pioneiro conecta a B3 às bolsas de Xangai e Shenzhen, permitindo a listagem recíproca de ETFs. Isso posicionou o Brasil como o primeiro país fora da Ásia a aderir a esse modelo.
A iniciativa facilita a diversificação geográfica e conecta o país ao mercado chinês, que movimenta mais de US$ 400 bilhões em ETFs. Os primeiros produtos listados na B3 foram o PKIN11 (que acompanha as maiores empresas chinesas) e o TECX11 (focado em tecnologia chinesa).
Para os investidores, os ETFs consolidaram-se como o meio mais eficiente de acessar mercados internacionais sem a necessidade de enviar recursos ao exterior ou lidar com complexidades cambiais e tributárias.
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Smart beta democratiza estratégias institucionais
O relatório nos mostra como a sofisticação acessível ditará o ritmo da próxima década, assim como a democratização marcou a anterior. Um dos principais vetores dessa mudança é o Smart Beta — ETFs que reorganizam as cestas de ativos com base em fatores quantitativos, e não apenas no valor de mercado.
Antes privilégio de grandes investidores institucionais, o investimento em fatores (ou factor investing) se torna acessível ao público de varejo. Os critérios mais comuns incluem:
- Valor: busca por ações subprecificadas.
- Qualidade: prioriza empresas com balanços saudáveis e lucratividade.
- Momentum: captura a continuidade de retornos positivos de ações vencedoras.
Analistas do mercado consideram que a metodologia surgiu como uma resposta à forte concentração observada em índices locais, como o Ibovespa, que possui alto peso em setores como financeiro e commodities.
“A B3 acompanha de perto as demandas dos investidores e as tendências globais […] O que observamos é um apetite crescente por novas teses e estratégias de ETFs”, afirma Bianca Maria, gerente de Produtos de Cash Equities da B3.
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Diversidade de produtos
A evolução do ecossistema se reflete também na diversificação de classes de ativos disponíveis por meio de ETFs.
Um dos grandes feitos listados pela B3 no relatório foi o lançamento do primeiro ETF híbrido do Brasil, o GOAT11, da Itaú Asset, que combina classes de ativos diferentes, como renda fixa brasileira e ações internacionais, em uma única cota.
Essa estrutura oferece proteções naturais que buscam amortecer quedas, ajudando o investidor a manter a disciplina e a reduzir os ruídos comportamentais.
Os ETFs de renda fixa já representam aproximadamente 24% da indústria total. O LFTB11 da Investo, que investe em títulos públicos indexados à Selic, superou R$ 1 bilhão em patrimônio em menos de um ano, demonstrando o interesse por simplicidade operacional e exposição direta à dívida soberana.
Em setembro, durante a ETF Week, também promovida pela B3, especialistas explicaram como um ciclo de corte nos juros no Brasil a partir do 1° trimestre de 2026 tende a fortalecer o setor no país, visto que incentivaria os investidores a buscarem alternativas de diversificação. Clique aqui para saber mais detalhes!
Outros mercados como os criptoativos e as micro caps (empresas de menor capitalização) também puderam ser acessados mais facilmente por meio de ETFs. Na área de cripto houve o lançamento do primeiro fundo de índice brasileiro baseado em contratos futuros de Bitcoin (NBIT11 da Nu Asset), já nas micro caps, o índice TRIG11, da Trígono Capital, promovem esse acesso diret0 a esse mercado.









