Os mercados iniciaram a semana otimistas com a possibilidade de um acordo para encerrar o shutdown nos Estados Unidos, após a dissidência de alguns senadores democratas. O acordo foi confirmado e, na quinta-feira, Trump sancionou o projeto de lei que pôs fim à paralisação.
O alívio, porém, foi momentâneo. Outras variáveis passaram a influenciar o humor dos investidores ao longo da semana.
No Brasil, o foco recaiu sobre a Ata do Copom, que adotou um tom mais dovish — isto é, mais brando em relação ao cenário econômico — em contraste com o comunicado mais hawkish divulgado após a decisão de manter a Selic em 15% na semana anterior.
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No dia seguinte, o IPCA de outubro registrou inflação abaixo do esperado. As taxas futuras de juros recuaram e impulsionaram os ativos de risco brasileiros. Esse movimento ajudou o Ibovespa a completar 15 pregões consecutivos de alta, sua sequência mais longa desde 1994.
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“A natureza não faz nada em vão” – Aristóteles.
Brasil
Com a COP 30 em andamento em Belém, Brasília não apresentou mudanças relevantes na agenda política. Uma pesquisa Genial/Quaest mostrou leve queda na avaliação positiva do governo federal, retornando ao nível de setembro.
Outra sondagem da Paraná Pesquisas apontou que a rejeição ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está menor que a do presidente Lula e inferior à de membros da família Bolsonaro.
Especialistas afirmam que a operação Contenção no Rio de Janeiro reforçou a percepção de que a visão do governo sobre criminalidade difere da opinião predominante da população. Segurança pública permanece como o principal tema de preocupação do eleitor médio.
Indicadores econômicos
Após seis semanas de queda, as expectativas de inflação medidas pelo Boletim Focus ficaram estáveis, com projeções de IPCA em 4,55% para 2025 e 4,20% para 2026.
A Ata do Copom trouxe tom menos hawkish. O documento reconhece desaceleração da atividade econômica, fator que contribui para a convergência da inflação à meta de 3%. O texto, porém, destaca que a política fiscal age na direção oposta ao aperto monetário.
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Após o comunicado duro da reunião anterior, o mercado havia migrado a aposta de corte de juros de janeiro para março. Com a Ata, as projeções voltaram a apontar para janeiro.
O IPCA de outubro subiu 0,09%, abaixo do esperado (0,16%) e desacelerando em relação a setembro. Em 12 meses, a inflação ficou em 4,68%.
As vendas do varejo recuaram 0,3% em setembro, contrariando expectativa de alta de 0,3%. O dado reforça o impacto dos juros elevados sobre o consumo e apoia o processo de desinflação.
Estados Unidos
O shutdown terminou após acordo entre democratas dissidentes e republicanos. A paralisação interrompia serviços públicos e atrasava salários. A liberação de recursos vale até 30 de janeiro, caracterizando uma solução temporária.
O fim do shutdown não trouxe impulso aos mercados. A falta de dados econômicos, consequência da paralisação, dificulta o trabalho do Federal Reserve na definição dos próximos passos da política monetária. A probabilidade de corte de juros em dezembro caiu para menos de 50%.
A semana também registrou forte realização de lucros em ações de tecnologia ligadas à inteligência artificial, após meses de valorização prolongada.
Os EUA também estudam reduzir tarifas sobre alimentos de países latino-americanos, medida que pode favorecer as exportações brasileiras.
China
Dados recentes indicam desaceleração da economia chinesa no último trimestre. A queda do investimento e do consumo reflete menor confiança interna, agravada pela disputa comercial com os Estados Unidos.
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Mercados
O Ibovespa subiu 2,39% na semana e 31,14% em 2025. O dólar chegou a R$ 5,29, impulsionado pela reprecificação das expectativas de juros e pelo movimento favorável aos ativos de risco no Brasil. Já o DI para janeiro de 2027 caiu 20 pontos-base. Todos os vencimentos entre 2026 e 2030 fecharam com taxas menores.
Nos últimos 30 dias, o Tesouro IPCA+ 2050 avançou 8,6% em preço. O juro real recuou de IPCA + 7,11% para IPCA + 6,77%, refletindo o fechamento da curva de juros após a Ata do Copom e o IPCA abaixo do esperado.
A desaceleração das receitas da TSMC elevou a percepção de que o rali recente das ações de tecnologia pode ter sido excessivo. O Nasdaq recuou de forma mais acentuada, enquanto o S&P 500 caiu 0,5%, amparado por empresas de setores tradicionais.
O Bitcoin recuou e voltou a ser negociado abaixo de 100 mil dólares após movimento de venda de grandes investidores e ETFs.









