O início do ano traz consigo a obrigação de pagar tributos automotivos, momento em que criminosos aproveitam a distração dos contribuintes. O aumento de fraudes envolvendo boletos falsos e sites clonados exige atenção redobrada dos motoristas para evitar prejuízos financeiros significativos.
Como funciona o golpe do boleto falso do IPVA?
Os criminosos enviam correspondências físicas ou digitais que imitam perfeitamente a identidade visual da Secretaria da Fazenda. O documento parece legítimo, contendo logotipos oficiais e dados corretos do veículo, mas o código de barras direciona o pagamento para uma conta de terceiros.
A sofisticação é alta, pois muitas vezes os dados do proprietário e do carro estão corretos, obtidos em vazamentos de dados anteriores. O contribuinte paga a guia acreditando estar quitando o imposto, mas o valor nunca chega aos cofres públicos, mantendo o débito do IPVA ativo.

Os sites patrocinados no Google são seguros?
Esta é uma das armadilhas mais perigosas da atualidade no pagamento de tributos. Golpistas pagam anúncios em mecanismos de busca para que seus sites falsos apareçam no topo dos resultados quando o usuário pesquisa por “pagar IPVA” ou “emitir segunda via”.
Ao clicar nesses links patrocinados, o motorista é levado a uma página visualmente idêntica à do Detran ou da Fazenda. Ao inserir o Renavam e a placa, o site gera um QR Code PIX ou boleto fraudulento, roubando o dinheiro da vítima instantaneamente.
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Quais sinais denunciam que a cobrança é uma fraude?
A verificação minuciosa dos dados do beneficiário no momento do pagamento é a defesa mais eficaz. Antes de confirmar a transação bancária, observe se o nome que aparece na tela é realmente o órgão governamental (Secretaria da Fazenda) ou uma empresa desconhecida.
Desconfie imediatamente de descontos muito agressivos que fogem do padrão estatal, geralmente limitados a pequenas porcentagens. O governo não envia boletos por e-mail ou WhatsApp de forma proativa, nem oferece promoções relâmpago para a quitação de tributos atrasados.
Para identificar a tentativa de golpe, fique atento a estes detalhes suspeitos:
- Beneficiário do pagamento em nome de pessoa física.
- Sites com domínios estranhos (não terminados em .gov.br).
- Erros grosseiros de português ou formatação no boleto.
- Cobranças enviadas via SMS ou WhatsApp.
Onde devo emitir a guia oficial com segurança?
A única forma de garantir a autenticidade é acessar diretamente o portal oficial da Secretaria da Fazenda ou do Detran do seu estado. Digite o endereço completo no navegador em vez de clicar em links de busca, garantindo que o domínio termine obrigatoriamente em “.gov.br”.
Muitos estados também oferecem aplicativos oficiais que permitem a geração do código de pagamento com segurança. Evite intermediários ou sites de despachantes desconhecidos que prometem facilidades, pois eles podem cobrar taxas abusivas ou serem apenas fachadas para golpes financeiros.

Como a segurança digital é tratada globalmente?
O problema de sites falsos e phishing não é exclusivo do Brasil, sendo uma preocupação de segurança cibernética mundial. Criminosos em todo o mundo utilizam a engenharia social para enganar cidadãos e desviar pagamentos de impostos ou serviços essenciais através de clones digitais.
Organizações internacionais monitoram essas tendências para criar ferramentas de defesa mais robustas nos navegadores. A Federal Trade Commission (FTC) dos Estados Unidos publica alertas constantes sobre como reconhecer golpes de phishing, destacando que a tática de imitar órgãos oficiais é universal e requer vigilância constante.









