O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, ampliou o movimento de correção antes do feriado, encerrando o pregão desta quarta-feira (19) em queda de 0,73%, aos 155.380 pontos, terceira baixa consecutiva.
O pregão foi marcado por cautela, com investidores aguardando os resultados trimestrais da Nvidia e os dados do relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll), divulgados na quinta-feira (20). A expectativa é de que ambos os indicadores repercutam no mercado local apenas nesta sexta-feira (21), com a abertura dos mercados.
Em destaque no Ibovespa, as ações da Petrobras recuaram 0,26% (ON) e 0,52% (PN), enquanto a Vale registrou queda de 0,11%.
O setor financeiro também teve desempenho negativo, com perda do Banco do Brasil de 1,37% e até 1% nos papéis do Bradesco. Entre as maiores altas, Pão de Açúcar (+4,76%) liderou o ranking e MBRF despencou 8,62% na sessão.
No final do dia, o dólar fechou em alta de 0,39% ante o real, cotado a R$ 5,34, impulsionado pela expectativa em relação ao payroll.
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O mercado internacional encerra a semana repercutindo os resultados trimestrais da Nvidia e seu impacto no setor de tecnologia que levaram à queda forte das bolsas globais em meio a preocupações com valuations elevados e gastos intensos em tecnologia.
A tão esperada divulgação do payroll nesta quinta-feira surpreendeu com a criação de 119 mil empregos, muito acima do esperado, ante projeções de 50 mil do consenso e 60 mil das estimativas do mercado.
Os números reduziram a probabilidade de um novo corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro. Segundo o FedWatch, do CME Group, as apostas de manutenção da taxa, que estavam em 69,9%, recuaram para 60% após a divulgação.
No Brasil, repercute o anúncio do governo americano de suspender as tarifas punitivas de 40% sobre mais de 200 produtos agrícolas brasileiros, inclusive carne e café.
O decreto também elimina a tarifa de 40% sobre a importação de peças de aeronaves fabricadas no Brasil. A nova lista passou a valer retroativamente a partir de 13 de novembro.
No cenário político, o presidente Lula indicou Jorge Messias ao STF (Supremo Tribunal Federal), provocando reação imediata de Alcolumbre, que já marcou a votação de uma “pauta-bomba” no Senado.
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Manchetes desta manhã
- Lula indica Messias para o STF, e escolha provoca crise com presidente do Senado (Valor)
- Indicação de Messias para o STF estremece relação do governo com Senado (Folha)
- COP-30: rascunho de documento final deixa de fora roteiro para abandonar petróleo e outros fósseis (Estadão)
- Trump alivia taxação do agro, mas tarifaço ainda vale para outros produtos brasileiros nos EUA (O Globo)
- BC ordenou reversão de operações fraudulentas entre BRB e Master (Valor)
Mercado global em queda com preocupações sobre IA
As Bolsas da Europa operam em queda significativa, seguindo para perdas semanais em meio a preocupações com o setor de IA, em linha com as quedas observadas na Ásia e nos EUA.
Na sessão desta sexta-feira, destaque negativo para as ações da ASML Holding, que cederam mais de 4% e as da Infineon Technologies, que despencam 3%.
Os investidores também monitoraram relatos sobre uma possível proposta de paz entre EUA e Rússia para a Ucrânia, que incluiria a cessão de território por Kiev. Com a notícia, as ações do setor de defesa recuaram, com quedas em Rheinmetall (-5,4%), Thales (-2,3%) e BAE Systems (-1,7%).
Na agenda econômica, os dados preliminares do PMI indicaram que a atividade na zona do euro manteve força, enquanto a manufatura alemã seguiu fraca e o ritmo de expansão dos serviços perdeu tração.
Na Ásia, os mercados encerraram a semana em queda generalizada, acompanhando Nova York, apesar do balanço positivo da Nvidia.
Xangai encerrou com perda de 2,45%, enquanto Shenzhen, mais ligada às techs, caiu 3,41% e Hang Seng cedeu 2,38%. No Japão, o índice Nikkei registrou queda de 2,30%, e os índices Kospi (-3,79%) e Taiex (-3,16%) foram pressionados por quedas em techs e dados fracos de exportações japonesas para os EUA.
Segundo a Bloomberg, os mercados caminham para a pior semana em sete meses, pressionados por preocupações com valuations elevados e dúvidas sobre o retorno dos investimentos robustos em inteligência artificial.
Em Nova York, os índices futuros buscam a estabilidade após forte queda da véspera provocada por preocupações com o setor de tecnologia e pela queda de 3,2% da Nvidia, que pressionou o setor.
Confira os principais índices do mercado:
•S&P 500 Futuro -0,1%
•FTSE 100 -0,5%
•CAC 40 -0,5%
•Nikkei 225 -2,4%
•Hang Seng -2,4%
•Shanghai SE Comp. -2,4%
•MSCI World -0,2%
•MSCI EM -2,8%
•Bitcoin -5,4% a US$ 82464,56
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Commodities
- Petróleo: cai mais de 2%, estendendo a baixa pela terceira sessão consecutiva, com os EUA pressionando por um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, o que poderia aumentar a oferta global, enquanto a incerteza sobre a taxa de juro americana restringe o apetite dos investidores por risco.
Ambos os contratos devem registrar quedas de cerca de 4% na semana, anulando os ganhos da semana passada.
O Brent/jan despenca 2,22%, cotado a US$ 61,97 e o WTI/jan cai 2,58%, a US$ 57,48 - Minério de ferro: fechou em leve queda de 0,32% em Dalian, na China, cotado a US$ 110,48/ton.
Em Singapura, os contratos futuros recuam 0,14%, cotados a US$ 103,95/ton e o mercado à vista cai 0,10%, cotado a US$ 104,35/ton.
Cenário internacional com foco nos juros dos EUA
Nos EUA, com o resultado do payroll de setembro acima do esperado, os investidores voltam as atenções para os discursos de membros do Fed, previstos para hoje, em busca de novos sinais sobre a trajetória dos juros no próximo mês.
Entre os participantes, estão John Williams, presidente do Fed de Nova York; Lorie Logan, presidente do Fed de Dallas; e Michael Barr, vice de supervisão, que passam a falar a partir das 9h30.
Na agenda econômica, a Universidade de Michigan divulga às 11h a leitura final do índice de confiança do consumidor de novembro. Logo mais às 11h45, será publicado o PMI composto do mesmo mês.
No setor corporativo, o forte resultado da Nvidia não foi suficiente para dissipar temores de uma possível bolha nos segmentos de tecnologia e inteligência artificial. A empresa reportou lucro de US$ 31,9 bilhões no terceiro trimestre fiscal, um salto de 65% e acima das expectativas.
No Japão, o governo aprovou um pacote de estímulos de US$ 135 bilhões para aliviar o custo de vida das famílias e sustentar o crescimento econômico.
A ministra das Finanças, Satsuki Katayama, também pode anunciar uma intervenção cambial, em resposta à pressão sobre os rendimentos dos títulos japoneses e às preocupações fiscais.
Cenário nacional repercute fim das tarifas dos EUA
No Brasil, além da notícia positiva sobre o fim das tarifas punitivas sobre produtos agrícolas brasileiros, a agenda econômica destaca o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do quinto bimestre.
Na próxima semana, os investidores estarão atentos ao IPCA-15 de novembro, previsto para quarta-feira (26), e aos dados do Caged referentes a outubro, previstos para quinta-feira (27).
Entre os compromissos do dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acompanha o presidente Lula em viagem à África do Sul, onde participará do encontro do G20 no fim de semana
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Destaques no mercado corporativo
- Braskem / Braskem Idesa: deixou de pagar juros dos bonds 2029 e negocia com credores para garantir uma estrutura de capital viável e a continuidade das operações.
- Itaú: está prestes a comprar a fatia do GPA na financeira FIC por cerca de R$ 300 milhões, consolidando participação ao lado de Casas Bahia e Assaí.
- BRB: teve o rating rebaixado para B-, com revisão negativa, por preocupações sobre gestão de risco após aquisições de carteiras do Master.
- Motiva: a BlackRock passou a administrar 5,008% das ações ordinárias da Motiva, assumindo posição relevante no capital da empresa.
- Vibra Energia: aprovou aumento de capital de R$ 800 milhões e autorizou JCP de R$ 850 milhões, equivalente a R$ 0,7635 por ação, com ex em 26/11.
- Energisa: aprovou aumento de capital de R$ 2,75 bilhões e distribuirá R$ 320,5 milhões em dividendos, com pagamento em 19/12.
- Embraer: firmou novos acordos com instituições holandesas para ampliar colaboração estratégica no setor de defesa.
- Eldorado Celulose: a Moody’s rebaixou a Eldorado para Ba3 após a aquisição da fatia da Paper Excellence pela J&F.









