Mais de um terço das exportações brasileiras para os Estados Unidos já não paga as tarifas adicionais impostas por Donald Trump. Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 37,1% das vendas (US$ 15,7 bilhões) ficaram livres da cobrança.
O levantamento divulgado nesta sexta-feira (21) foi concluído após os EUA ampliarem a lista de itens excluídos da tarifa adicional de 40% imposta ao Brasil, incluindo carne bovina, café e cacau. Os cálculos se baseiam nos dados de 2024 da Comissão de Comércio Internacional dos EUA.
- Veja como um analista fez R$ 25 mil de lucro operando café — clique aqui e descubra como você pode seguir essa estratégia.
Em entrevista no Palácio do Planalto, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, este foi o maior avanço nas negociações.
“É a maior redução de tarifas, foi o maior avanço nas negociações Brasil-Estados Unidos […] Na decisão de ontem, tivemos o maior avanço, com 238 produtos”, disse Alckmin.
Maioria das vendas ainda paga algum tipo de tarifa
Mesmo com a ampliação das isenções, 62,9% das exportações brasileiras seguem sujeitas a tarifas adicionais. O percentual inclui medidas horizontais — como a tarifa recíproca de 10% — e tarifas setoriais, como as aplicadas ao aço e alumínio pela Seção 232.
Segundo o estudo, a distribuição atual das tarifas sobre as exportações brasileiras para os EUA é a seguinte:
- Isentos de sobretaxa: 37,1% (US$ 15,7 bilhões)
- Sujeitos a tarifas adicionais: 62,9%
- Tarifa recíproca de 10%: 7,0% (US$ 2,9 bilhões)
- Tarifa adicional de 40%: 3,8% (US$ 1,6 bilhão)
- Tarifa combinada de 50%: 32,7% (US$ 13,8 bilhões)
- Tarifa setorial de 50% (Seção 232): 11,9% (US$ 5 bilhões)
- Isenção condicionada à aviação civil: 7,5% (US$ 3,2 bilhões)
- Reduza a conta de energia sem obras nem investimentos. Levantamento gratuito mostra quanto você pode economizar no mercado livre de energia
Ampliação de produtos isentos de tarifas
A CNI identificou que a nova medida adiciona 238 produtos tarifários à lista de isenções da tarifa adicional de 40%. O Brasil exportou 85 desses itens em 2024, somando US$ 3,8 bilhões — o equivalente a 9,1% de tudo o que vendeu aos EUA no ano passado.
Dos 238 produtos:
- 231 passam a ter alíquota adicional zero
- 7 permanecem com tarifa básica de 10%, incluindo pinhões, baunilha moída e canela
Com as mudanças, a fatia isenta de tarifas sobe de 28,5% para 37,1% das exportações brasileiras. A ordem executiva americana foi publicada na quinta-feira (20) e tem efeito retroativo a 13 de novembro de 2025.
- Outros investidores já estão copiando a operação com café que rendeu R$ 25 mil no mês — saiba como ativar agora o Copy Invest.
Sinalização de avanço nas negociações
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a ampliação das isenções é um indicativo de abertura para negociações mais amplas entre os países, inclusive em setores industriais que ainda não foram beneficiados.
Segundo a Gerência de Comércio e Integração Internacional da CNI, a medida reflete avanço no diálogo técnico e pode sinalizar o interesse dos EUA em preservar cadeias produtivas integradas com o Brasil.









