As reservas internacionais do Brasil subiram de US$ 329,7 bilhões em janeiro para US$ 357,1 bilhões em outubro. A maior parte desse avanço veio da variação cambial e dos juros associados aos ativos das reservas.
Além disso, o Banco Central voltou a comprar ouro após mais de três anos, adicionando 31,5 toneladas ao estoque, segundo informações do Valor Econômico.
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Impacto da variação cambial e dos juros
Entre janeiro e setembro, o fator que mais elevou as reservas foi a variação por paridade, responsável por US$ 10,3 bilhões do total. Essa variação reflete o efeito da mudança do valor do dólar frente às outras moedas que compõem as reservas internacionais.
Ao Valor, a economista da XP, Luiza Pinese, afirmou que a desvalorização do dólar em 2025 favoreceu o resultado. A receita com juros dos ativos das reservas somou US$ 6,5 bilhões no período, enquanto a variação por preço contribuiu com mais US$ 6,6 bilhões.
Pinese explicou que, mesmo com perspectivas de queda ao longo de 2025, as taxas de juros nos Estados Unidos seguem em níveis elevados, o que melhora a remuneração dos ativos da reserva brasileira.
Brasil retoma compras de ouro
O Banco Central voltou a adquirir ouro pela primeira vez desde julho de 2021. Foram compradas 15,5 toneladas em setembro e outras 16 toneladas em outubro, elevando o total para 161,1 toneladas — equivalentes a US$ 20,8 bilhões.
As compras são realizadas exclusivamente no exterior, em barras de ouro, seguindo os padrões da London Bullion Market Association (LBMA). O BC informou que a decisão está alinhada à política de investimentos divulgada no Relatório de Gestão das Reservas Internacionais.
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A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, avaliou que o aumento da participação do ouro pode funcionar como proteção (“hedge”) em períodos de incerteza global, já que o metal é usado como ativo seguro. Ela lembrou também da valorização do ouro nos últimos anos.
Segundo o World Gold Council, a demanda de bancos centrais por ouro deve continuar mesmo com preços mais altos. A onça-troy — cerca de 31,1 gramas — passou de US$ 2.699 no início de 2025 para US$ 4.079,50 na última sexta-feira.
O relatório mostrou que as compras globais de bancos centrais cresceram 28% no terceiro trimestre, com destaque para Polônia, Cazaquistão, Azerbaijão e China.








