A divulgação do payroll — relatório de emprego dos Estados Unidos — movimentou os mercados globais e mudou a precificação para a próxima decisão de juros do Federal Reserve (Fed). O dado mostrou criação de vagas, mas elevação da taxa de desemprego, o que ajustou as apostas dos investidores.
A análise é de Sergio Ricciardi, sócio da Wiser | BTG Pactual, no novo episódio do podcast Perspectivas da Semana. Segundo ele, o relatório reduziu as incertezas no mercado americano e estimulou uma recuperação após dias de queda.
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Confira a análise na íntegra:
Ibovespa perde fôlego após cinco semanas de alta
No Brasil, o Ibovespa encerrou a semana em queda de 1,88%, aos 154.770 pontos, depois de cinco semanas consecutivas de valorização que levaram o índice a se aproximar dos 160 mil pontos. O S&P 500 encerrou em 6.600 pontos, baixa de 1,95%.
O IFIX subiu 0,25%, para 3.625 pontos. Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) tiveram queda de 0,26%. Já o dólar avançou 2% na semana, enquanto o DXY — indicador que mede a força do dólar frente a outras moedas — segue em trajetória de alta há dois meses.
Ricciardi destacou que o real tem mostrado resiliência, mas alertou que a convergência entre juros no Brasil e nos EUA pode pressionar o câmbio no médio prazo.
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Apostas para juros nos EUA mudam após payroll
A probabilidade de um corte de 25 pontos-base na reunião de política monetária do Fed saltou de 40% para 73,5% após a divulgação do payroll, segundo Ricciardi. A chance de manutenção deixou de ser o cenário base.
Pela primeira vez, o mercado passou a enxergar maior probabilidade de a taxa básica americana ficar abaixo de 3% no fim de 2026. O movimento reforça o cenário de queda global de juros, com impacto direto na valorização de ativos de longo prazo, como:
- títulos de duration longa;
- bolsas globais;
- fundos imobiliários (IFIX).
Ricciardi afirmou que a recuperação dos mercados já caracteriza um ciclo de alta prolongado. Ele citou as máximas recentes do Ibovespa, do IFIX e do S&P 500, além da valorização de títulos longos, como sinais de que o bull market vem se consolidando ao longo dos últimos dois anos.
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Agenda econômica ganha força antes do feriado nos EUA
A semana será concentrada em indicadores devido ao feriado de Thanksgiving, que fecha os mercados americanos na quinta-feira e reduz o horário de negociação na sexta.
Nos EUA, serão divulgados:
- Terça-feira (25): produção industrial; PPI; vendas no varejo; e confiança do consumidor
- Quarta-feira (26): Dados de mercado de trabalho e Livro Bege
No Brasil, a agenda inclui:
- Terça-feira (25): Transações correntes e investimento estrangeiro direto
- Quarta-feira (26): Prévia da inflação (IPCA-15)
- Quinta-feira (27): IGP-M e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
- Sexta-feira (28): Dados de endividamento público e mercado de trabalho (Desemprego e Caged).








