A prévia da inflação oficial (IPCA-15) do Brasil acelerou para 0,20% em novembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado trouxe o índice acumulado em 12 meses de volta para os 4,50%, teto da meta perseguida pelo Banco Central, pela primeira vez desde janeiro.
O resultado veio levemente acima dos 0,18% registrados em outubro. Em novembro, o grupo Despesas pessoais teve a maior influência da leitura, com avanço de 0,85% e impacto de 0,09 ponto percentual no índice.
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Entre os estados pesquisados, dez das onze regiões registraram alta. Belém subiu 0,67%, influenciada por hospedagem (155,24%) e passagens aéreas (25,32%) durante a COP30. Belo Horizonte foi a única queda (-0,05%), puxada por gasolina e frutas.
Viagens e passagens aéreas puxam o IPCA-15
A alta em Despesas pessoais foi impulsionada principalmente por hospedagem (4,18%) e pacote turístico (3,90%). Ambos refletiram pressão do setor de viagens, somando 0,05 ponto percentual ao índice.
No grupo Transportes, as passagens aéreas subiram 11,87% e exerceram o maior impacto individual de novembro, com 0,08 ponto. Já os combustíveis recuaram 0,46%, com quedas em gasolina, etanol e diesel.
Saúde e cuidados pessoais variou 0,29%, influenciada pelo aumento de 0,50% nos planos de saúde.
Alimentação volta a subir após cinco meses
Alimentação e bebidas, o grupo de maior peso no IPCA-15, avançou 0,09% após cinco meses de quedas. A alimentação no domicílio recuou 0,15%, com reduções em itens como leite longa vida (-3,29%), arroz (-3,10%) e frutas (-1,60%).
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Batata inglesa (11,47%); óleo de soja (4,29%); e carnes (0,68%) ficaram no campo positivo. A alimentação fora de casa acelerou para 0,68%.
Habitação teve alta moderada, de 0,09%, com energia elétrica em queda de 0,38% mesmo sob vigência da bandeira vermelha patamar 1.
Analistas veem desinflação mantida, mas serviços preocupam
Para o economista Maykon Douglas, o avanço dos serviços intensivos em trabalho — que voltaram ao patamar acima de 7% na métrica anualizada — exige atenção do Banco Central.
A economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, avalia que o cenário está “menos incerto”, com alimentos e bens industriais ajudando o processo de desinflação. A casa projeta IPCA de 4,6% ao final de 2025.
Já a Ativa Investimentos afirma que, apesar do resultado acima da mediana, a trajetória de desinflação segue dentro do previsto.
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Divisão no mercado sobre início dos cortes da Selic após IPCA-15
O economista Alexandre Maluf, da XP, afirma que a leitura mantém o mercado dividido entre corte da Selic em janeiro ou março. Segundo ele, serviços seguem pressionados, enquanto alimentos e bens industriais continuam ajudando o processo.
A Capital Economics avalia que as condições já indicam “alta probabilidade” de início da redução dos juros em janeiro, com Selic prevista em 11,25% ao fim de 2026. Douglas acredita que os juros serão cortados em março, mas admite que é mais provável que o BC reduza em janeiro do que em abril.
O Banco Daycoval chama atenção para a deflação na alimentação no domicílio e para a acomodação em administrados, mas mantém projeção de Selic estável em 15% até o fim de 2025.









