As ações da Oi (OIBR3) disparam 200% nesta semana, após a Pimco (Pacific Investment Management Company) anunciar que vendeu toda a sua participação na companhia.
Após o fato relevante divulgado na noite de terça-feira (25), os papéis já entraram em leilão 18 vezes por oscilação máxima permitida, segundo o Broadcast.
Na tarde desta quinta-feira (27), os papéis ordinários operam em alta de 80%, aos R$ 0,18, figurando como a maior alta da Bolsa de valores brasileira.
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Ao todo, foram registrados 4,5 negócios envolvendo OIBR3 até às 15h desta quinta, com XP, Genial e Terra Investimentos entre as principais compradoras. Além da saída da Pimco, parte do interesse pode vir de investidores especializados em ativos problemáticos, que buscam lucrar com reestruturações.
Saída da Pimco acelera após suspensão da falência
A volatilidade coincide com a decisão da gestora norte-americana Pimco de zerar sua posição na companhia. No fato relevante, a Oi confirmou que a Pacific Investment Management vendeu todas as suas 64,8 milhões de ações ordinárias, equivalentes a 19,7% do capital total e votante.
A Pimco já vinha se desfazendo da participação desde 10 de novembro. Somadas as operações, a gestora alienou mais de 120 milhões de papéis apenas neste mês. Desde a suspensão temporária da falência, no dia 14, a gestora acelerou as vendas, reduzindo a fatia no capital de 30% para 19%.
A Pimco tornou-se a maior acionista da Oi no ano passado após converter dívidas em ações, como previsto no plano de recuperação judicial.
A gestora também é alvo de uma ação movida pela V.tal, empresa controlada pelo BTG Pactual, que busca responsabilizar a gestora por supostos descumprimentos de obrigações fiduciárias relacionadas à Oi.
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Quem está comprando OIBR3?
A disparada dos papéis trouxe de volta a dúvida central do mercado: quem está comprando um ativo classificado como insolvente pela Justiça?
Segundo o Broadcast, alguns analistas avaliam que investidores pessoas físicas podem estar entrando na OIBR3 por enxergarem um preço muito baixo — os R$ 0,05 na mínima histórica registrada nesta semana — como uma “oportunidade”.
Mas a hipótese mais considerada é a presença de investidores com perfil “problemático”. Esse tipo de agente costuma adquirir ativos em situação crítica, apostando em ganhos com reorganizações ou com a liquidação ordenada dos negócios.
Entre os intermediários, o UBS liderou a ponta compradora desde o dia 17, com R$ 131 milhões movimentados. O banco atende majoritariamente investidores institucionais, levantando suspeitas de entrada de profissionais especializados. Ágora (R$ 79 milhões), com forte base de pessoas físicas, e Itaú (R$ 61 milhões) aparecem em seguida.









